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POR QUAL MOTIVO SE PRATICA O MAL?



Porque se pratica o mal?
Seja como dizes, já que tão fortemente me obrigas a reconhecer que não aprendemos a fazer o mal. Dize-me, entretanto, qual a causa de praticarmos o mal?(Agostinho)
 Esta e uma questão que me atormentou por demais, desde quando era ainda muito jovem.
Após ter-me cansado inutilmente de resolvê-la, levou a precipitar-me na heresia (dos maniqueus), com tal violência que fiquei prostrado.
Tão ferido, sob o peso de tamanhas e tão inconsistentes fábulas, que se não fosse meu ardente desejo de encontrar a verdade, e se não tivesse conseguido o auxílio divino, não teria podido emergir de lá nem aspirar à primeira das liberdades .
– A de poder buscar a verdade.
Visto que a ordem seguida, então, atuou em mim com tanta eficácia para resolver satisfatoriamente essa questão, seguirei igualmente contigo aquela mesma ordem pela qual fui libertado(Deus).
Seja-nos, pois, Deus propício e faça-nos chegar a entender aquilo em que acreditamos realmente.
 Estamos, assim, bem certos de estar seguindo o caminho traçado pelo profeta que diz:
“Se não acreditardes não entendereis”.
  Ora, nós cremos em um só Deus, de quem procede tudo aquilo que existe.
Não obstante, Deus não é o autor do pecado. 
Todavia, perturba-nos o espírito uma consideração:
se o pecado procede dos seres criados por Deus, como não atribuir a Deus os pecados, sendo tão imediata a relação entre ambos?
Acabas de formular, com toda clareza e precisão, a dúvida que cruelmente me atormentou o pensamento, e que justamente me levou a me empenhar nesta reflexão contigo. (Deus)
Tem coragem e conserva a fé naquilo que crês.
Nada é mais recomendável do que crer, até no caso de estar oculta a razão de por que isso ser assim e não de outro modo.
Com efeito, conceber de Deus a opinião mais excelente possível é o começo mais autêntico da piedade.
E ninguém terá de Deus um alto conceito, se não crer que ele é todo-poderoso e que não possui parte alguma de sua natureza submissa a qualquer mudança.
Crer ainda que ele é o Criador de todos os bens, aos quais é infinitamente superior; assim como ser ele aquele que governa com perfeita justiça tudo quanto criou, sem sentir necessidade de criar qualquer ser que seja, como se não fosse auto-suficiente.
Isso porque tirou tudo do nada.
Entretanto, ele gerou, não criou, de sua própria essência, aquele que lhe é igual, o qual é como professamos, o Filho único de Deus.
 É aquele a quem nós denominamos, procurando as expressões mais acessíveis:
“Força de Deus e Sabedoria de Deus” (1 Cor 1,24).
Por meio dele, Deus fez tudo o que tirou do nada.
Tudo isso tendo sido estabelecido, contando com a ajuda de Deus, procuremos agora, com empenho, compreender a questão por Ele proposta, seguindo a ordem que se segue.
E me perguntas:
 Qual a causa de procedermos mal? 
É preciso examinarmos, primeiramente, o que seja proceder mal. 
Dize-me o que pensas a esse respeito. 
Ou, se não podes resumir todo o teu pensamento em poucas palavras, pelo menos, dá-me a conhecer tua opinião, mencionando algumas más ações, em especial que praticamos,ou os humanos praticam.
    Os adultérios, os homicídios e os sacrilégios,sem falar de outros maus procedimentos, os quais não podemos enumerar, por nos faltar tempo e memória.
 Quem não considera  ações como más?
   Eu por exemplo considero adultério como má ação.
 Não será porque a lei o proíbe de ser cometido?
   Por certo que não. 
Ele não é um mal precisamente por ser proibido pela lei, mas, ao contrário, é proibido pela lei por ser mal no caso.
ão, recorrer à autoridade da lei, junto àqueles que desejam não somente crer, mas também entender que o sexo assim e mal?
Razões insuficientes da origem do mal

 Parece-me ser o adultério ato mau, porque muitas vezes tenho visto homens serem condenados por esse crime e perderem suas familias.
Ora!
 Não se tem condenado também, com freqüência, a muitos homens, por suas boas ações?
 Recorda aquela história, e já não te envio a outros livros profanos, mas à história que é mais excelente que todas as outras, por gozar da autoridade divina (os Atos dos Apóstolos). 
Encontrarás aí o quanto deveríamos ter em má opinião os apóstolos e todos os mártires, se aceitássemos ser a condenação de um homem por outros o sinal certo de má ação. 
Pois todos aqueles cristãos foram julgados dignos de condenação por terem confessado a sua fé. 
De modo que, se for mal o que os homens condenam, segue-se que, naquele tempo, era crime crer em Cristo e confessar a própria fé. diz um adultero 
Mas se nem tudo o que é condenado pelos homens é mal, será preciso que procures outra razão que te permita me garantir que o adultério é mal.
Talvez seja na paixão que esteja a malícia do adultério.
 Pois ao procuraremos o mal num ato exterior visível, caímos em impasse. 
Para te fazer compreender que a paixão é bem aquilo que é mal no adultério, considera-se, um homem que está impossibilitado de abusar da mulher de seu próximo. 
Todavia, se for demonstrado, de um modo ou de outro, qual o seu intento e que o teria realizado se o pudesse, segue-se que ele não é menos culpado por aí do que se tivesse sido apanhado em flagrante delito com a mulher do próximo (Mt 5,28).

   Nada é tão evidente. 
Vejo já não ser mais preciso longos discursos para que eu me convença do mesmo a respeito do homicídio, do sacrilégio e, enfim, de todos os outros pecados (paixões carnais). 
Com efeito, é claro que em todas as espécies de ações más é a paixão que domina. 

COMO RECEBER O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO.

Como receber o batismo com O Espírito Santo

Para receber o batismo com fogo basta uma condição: a fé.
Não se faz necessário rituais, jejuns ou campanhas. Você recebe pela fé!
 A Bíblia diz que os apóstolos oravam com imposição de mãos pelos fieis e, imediatamente eles recebiam e começavam a falar em outras línguas:
“Então lhes impuseram as mãos, e eles receberam o Espírito Santo.” (At. 8:17)
“Enquanto Pedro ainda dizia estas coisas, desceu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra.
 Os crentes que eram de circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que também sobre os gentios se derramasse o dom do Es-pírito Santo; porque os ouviam falar línguas e mag-nificar a Deus. (At. 10:44-46)
“Havendo-lhes Paulo imposto as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, e falavam em línguas e profeti-zavam.” (At. 19:6)
Criaram um tabu: é necessário se santificar para receber a unção do Espírito! Errado! Eu necessito da unção do Espírito para desenvolver a minha santifica-ção.
Querido leitor, não permita mais que esses ensi-namentos errôneos coloquem barreiras para que você receba esta promessa maravilhosa.
O dom de línguas estranhas:
Benção ou maldição?
Primeiro precisamos entender que há dois tipos de dons de línguas: a língua idiomática e a língua es-tranha.
A língua idiomática ocorre quando Deus precisa usar alguém para  falar a outrem cuja língua é diferente como aconteceu no dia de pentecostes, quando os discípulos, que eram galileus, falaram nas línguas dos judeus que tinham vindo de outras nações, anunciando acerca de Jesus. É um dom evangelístico.
“E todos pasmavam e se admiravam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não são galileus todos esses que estão falando?
Como é, pois, que os ouvimos falar cada um na própria língua em que nascemos? (At. 2:7,8)
A língua estranha já é um dom para edificação pessoal. Não serve para a Igreja, a não ser que haja alguém com o dom de interpretá-la.
 Quando oramos em línguas, falamos diretamente a Deus, através do Espírito que habita em nós.
Quando um pregador usa línguas estranhas em seu sermão, (e a maioria dos pentecostais o fazem para mostrar santidade ou intimidade com Deus) está descumprindo uma determinação bíblica trazida pelo Apóstolo Paulo:
“O que fala em língua edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja.” (I Co 14:4)
“Assim também vós, se com a língua não pronunci-ardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? porque estareis como que falando ao ar.” (I Co 14:9)
“Dou graças a Deus, que falo em línguas mais do que vós todos.
Todavia na igreja eu antes quero falar cinco palavras com o meu entendimento, para que possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua. Irmãos, não sejais meninos no entendimento; na malícia, contudo, sede criancinhas, mas adultos no entendimento.” (I Co 14:18-20)
Dessa forma percebemos que o dom de línguas é uma benção, mas se torna maldição quando usado de forma imprópria.
 É preciso ter cuidado dobrado, pois satanás também pode usar alguém para falar em línguas. Lembro-me que, em minha querida cidade, Rio Bonito, havia uma irmã muito “usada” em línguas estranhas e profecias.
Por causa desses dons, muitos a procuravam. Essa irmã profetizou vários casamentos –
ATENÇÃO!!!
Se você deseja um casamento abençoado, fuja das profecias casamenteiras – e todos a viam como uma “mulher de Deus”. 
Certo dia ela foi orar com a esposa do Pastor Luiz Carlos Braga, da Igreja Evangélica Congregacional Independente, Irmã Zeni Braga, essa sim mulher de Deus, e, como as trevas não têm comunhão com a luz, para espanto de muitos, uma pomba-gira manifestou-se na mulher e, sob o poder de Deus, confessou ser o espírito que usava aquela “mulher de Deus”, através de línguas estranhas e profecias, realizando casamentos debaixo de maldição.
Despertemos o dom que há em nós.
 Não para exibicionismo, mas para que, em cada momento, em que NOSSOS  dons se manifestarem, declaremos o mesmo que João Batista:
“É necessário que Jesus cresça e que eu diminua.” (Jo 3:30)

Cristo no Getsemani


Jesus no Getsêmani

No Tabernáculo Metropolitano, Newington, Londres
“E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão.Lucas 22:44.
Quando nosso Senhor terminou de comer a Páscoa e celebrar a ceia com seus discípulos, foi com eles ao Monte das Oliveiras, e entrou no jardim do Getsêmani.
O que o induziu a selecionar esse lugar para que fosse a cena de sua terrível agonia?
 Porque haveria de ser arrastado ai por seus inimigos de preferência a qualquer outro lugar?
 Por acaso é difícil que entendamos que assim como num jardim a auto-complacência de Adão nos arruinou, também em outro jardim as agonias do segundo Adão deveria nos restaurar?
 O Getsêmani ministra as medicinas para curar os males que foram a consequência do fruto proibido do Éden.
Nenhuma flor que tenha florescido nas ribeiras do rio repartido em quatro braços foi alguma vez tão preciso para nossa raça como foram essas ervas amargas que com dificuldade cresciam as margens do enegrecido e sombrio ribeiro de Cedrom o foram.
Por acaso nosso Senhor também não pode se lembrar de Davi, quando naquela memorável ocasião, saiu da cidade escapando de seu filho rebelde, segundo está escrito:
―também o rei passou o ribeiro de Cedrom, e passou todo o povo na direção do caminho do deserto.” (2 Samuel 15:23), e ele e seu povo subiram descalços e com a cabeça descoberta, chorando em alta voz enquanto subiam?
 Eis aqui, Um mais grande que Davi abandonando o templo e se acha desolado, e deixa a cidade que havia rejeitado suas advertências, e com um coração cheio de tristeza atravessa o pestilento ribeiro, para buscar na solidão um alívio para suas angústias.
 Mais ainda, nosso Senhor queria que nós víssemos que nosso pecado havia mudado tudo ao redor Dele em aflição, converteu suas riquezas em pobreza, sua paz em duros trabalhos, sua glória em vergonha, e assim também o lugar de seu retiro pleno de paz, onde em santa devoção tinha estado tão próximo do céu em comunhão com Deus, nosso pecado transformou no foco de sua aflição, o centro de sua dor.
Ali onde seu deleite tinha sido maior, ali estava chamado a sofrer sua máxima aflição.
Também pode ser que nosso Senhor tenha escolhido o jardim porque, necessitado de qualquer recordo que o ajudasse no conflito, sentia o refrigério que lhe viria ao lembrar-se das horas passadas transcorridas ali com tanta quietude.
 Ali tinha orado, e obtido força e consolo.
 Essas enroladas e retorcidas oliveiras o conheciam muito bem; não havia no jardim uma só folha sobre a que Ele não houvera se ajoelhado. Ele havia consagrado esse lugar para comunhão com Deus.
Não é nenhuma surpresa, então, que tenha preferido essa terra privilegiada.
 Assim como um enfermo escolheria estar em sua própria cama, assim Jesus escolheu suportar sua agonia em seu próprio oratório, onde as lembranças dos momentos de comunhão com Seu Pai estariam de maneira vivida diante Dele.
Porem, provavelmente, a principal razão para ir ao Getsêmani foi que era um lugar muito conhecido e frequentado por Ele, e João nos diz:
―e também Judas, o que o entregava, conhecia aquele lugar.‖ Nosso Senhor não desejava se esconder, não precisava ser perseguido como um ladrão, ou ser buscado por espias. Ele foi valorosamente ao lugar onde seus inimigos conheciam que Ele tinha o costume de orar, pois Ele queria ser tomado para sofrer e morrer.
Eles não o arrastaram ao pretório de Pilatos contra sua vontade, mas sim que foi com eles voluntariamente.
Quando chegou a hora de que fosse traído, ali Ele estava, num lugar onde o traidor poderia o encontrar facilmente, e quando Judas o traiu com um beijo, sua face estava pronta para receber a saudação traidora.
 O bendito Salvador deleitava-se no cumprimento da vontade do Senhor, ainda que isso implicasse a obediência até a morte.
Chegamos assim até a porta do jardim do Getsêmani, portanto, entremos; porem, primeiro, tiremos os sapatos, como Moises quando viu a sarça ardendo com fogo que não se consumia. Certamente podemos dizer com Jacó: ―Que terrível é esse lugar!‖ Temo diante da tarefa que tenho em minha frente, pois, como meu débil discurso poderia descrever essas agonias, para as quais os fortes clamores e as lágrimas seriam escassamente uma adequada expressão?
Quero, juntamente com vocês, repassar os sofrimentos de nosso Redentor, porem, oh, que o Espírito de Deus nos impeça qualquer pensamento fora de lugar ou que nossa língua expresse uma só palavra que seja depreciativa para Ele, seja em Sua humanidade imaculada ou em sua gloriosa Deidade.
Não é fácil quando se está falando de Alguém que é por sua vez Deus e homem, manter a linha exata da expressão correta; é tão fácil descrever o lado divino como se estivéssemos entrincheirados no humano, ou retratar o lado humano às custa do divino.
Por favor, perdoem de antemão qualquer erro. Um homem precisa ser inspirado, ou limitar-se nada mais às palavras
inspiradas, para poder falar adequadamente em todo momento sobre o ―grandioso mistério da piedade,” Deus manifestado em carne. Especialmente quando esse indivíduo tem que refletir sobre Deus manifesto tão claramente na carne sofredora, que as características mais frágeis da humanidade se convertem nas mais notórias. Oh Senhor, abra Tu meus lábios para que minha língua possa falar as palavras corretas.
I. Meditando na cena da agonia no Getsêmani, somos obrigados a dar-nos conta que nosso Salvador suportou ai uma tristeza desconhecida em qualquer outra etapa de Sua vida, portanto, vamos começar nosso discurso fazendo a seguinte pergunta:
QUAL ERA A CAUSA DESSA TRISTEZA ESPECIAL DO GETSÊMANI?
 Nosso Senhor era
 ―varão de dores e experimentado no sofrimento‖ ao longo de toda Sua vida, no entanto, ainda que soe paradoxo, penso que dificilmente existiu sobre a face da terra um homem mais feliz que Jesus de Nazaré, pois as dores que Ele teve que suportar foram compensadas pela paz da pureza, a calma da comunhão com Deus, e a alegria da benevolência.
 Todo homem bom sabe que a benevolência é doce e seu nível de doçura aumenta em proporção a dor suportada voluntariamente quando se cumprem seus amáveis desígnios.
 Fazer o bem sempre produz alegria.
Mais ainda, Jesus tinha uma perfeita paz com Deus todo o tempo; sabemos que isso era assim porque Ele considerava essa paz como uma herança especial que Ele podia deixar a seus discípulos, e antes de morrer disse-lhes:
―A paz os deixo, a minha paz os dou.‖ Ele era manso e humilde de coração, e, portanto sua alma possuía o descanso; Ele era um dos mansos que herdam a terra; um dos pacificadores que são e que devem ser abençoados. Estou certo que não me equivoco quando afirmou que nosso Senhor estava longe de ser um homem infeliz.
Porem, no Getsêmani, tudo parece ter mudado. Sua paz o abandonou, Sua calma se converteu em tempestade. Depois da ceia, nosso Senhor tinha cantado um hino, porem no Getsêmani não havia cantos. Descendo pela encosta que levava de Jerusalém a torrente do Cedrom, Ele falava com muita vivacidade, dizendo:
―eu sou a videira, vós os ramos,‖ e essa maravilhosa oração com que orou com Seus discípulos depois desse sermão, está repleta de majestade: ―Pai, aqueles que me tens dado, quero que onde eu esteja, também eles estejam comigo.
É uma oração muito diferente dessa oração dentro dos muros do Getsêmani, onde clama: ― Pai, se possível, passe de mim esse cálice.‖ Observem que dificilmente ao largo de toda sua vida o observam com uma expressão de angustia, e no entanto, aqui Ele fala, não só mediante suspiros e suor de sangue, mas também por meio das seguintes palavras: ―Minha alma está muito triste, até a morte.‖
No jardim, o homem que sofria não podia ocultar sua angustia, e dá a impressão que não queria fazê-lo.
Jesus regressou onde estavam seus discípulos em três ocasiões, permitiu-lhes observar Sua angustia e apelou pela simpatia deles; suas exclamações eram lastimosas, e sem dúvida deve ter sido terrível escutar Seus sussurros e gemidos. Essa angustia manifestou-se primordialmente no suor de sangue, que é um fenômeno inusitado, ainda que suponho que devemos crer nesses escritores que registram casos muito similares. O velho médico Galeno nos fala de um caso em que, pelo horror extremo, um indivíduo suou um suor colorido, quase que avermelhado, que tinha aparência de sangue. Outros casos também são relatados por autoridades médicas.
No entanto, nós não vemos em nenhuma outra ocasião nada parecido na vida de nosso Senhor; foi somente no ultimo lance horrendo rodeado de oliveiras que nosso Campeão resistiu até o sangue, agonizando contra o pecado.
 O que doía a Ti, ó Senhor, que padecias tão dolorosamente nesse momento?
Fica-nos muito claro que sua profunda angústia e inquietude não eram causadas por nenhuma dor física. Sem dúvida nosso Salvador estava familiarizado com a enfermidade e a dor, pois Ele tomou nossas enfermidades, porem nunca antes se queixou de algum sofrimento físico.
 Nem tampouco ao momento de entrar no jardim do Getsêmani havia sido afligido por algum dolo. Sabemos por que está escrito:
 ―Jesus chorou.
 Era porque seu amigo Lázaro estava morto; porem, no jardim não havia nenhum funeral, nem enfermo, nem causa de angústia relacionada a esses temas. Nem tampouco se deveu a que houvesse se lembrado de ofensas do passado que estivessem a flor de Sua mente. Muito antes disso sabemos que:
―Afrontas me quebrantaram o coração‖ (Salmos 69:20), e tinha conhecido em toda sua extensão os abusos da injúria e do desprezo. O haviam chamado de ―homem comilão e beberrão,‖ o tinham acusado de lançar fora aos demônios pelo príncipe dos demônios; já não podiam dizer mais e, no entanto, Cristo havia enfrentado tudo valorosamente. Não podia ser possível que agora Ele estivera muito triste até a morte por tal causa. Deve ter havido algo mais agudo que a dor, mais cortante que a censura, mais terrível que o luto, que nesse momento contendia com o Salvador, e o levava a ―entristecer-se e angustiar-se em grande medida.‖
Por acaso supõem que era o temor do escárnio que se avizinhava ou o terror da crucificação? Era medo ao pensar na morte?
Não é certo que essa suposição seria impossível?
Todos os homens temem à morte, e como homem, Jesus não poderia menos do que estremecer-se frente a ela.
Quando fomos feitos originalmente fomos criados para a imortalidade, portanto morrer é estranho e incompatível para nós e o instinto de conservação fazer que nos esquivemos diante da morte; porem, certamente no caso de nosso Senhor essa causa natural não podia gerar esses resultados tão especialmente dolorosos.
Se nós que somos uns pobres covardes não suamos grandes gotas de sangue, por que então causava tal terror Nele?
Não é honroso para nosso Senhor que o imaginemos menos valente que seus próprios discípulos, e, no entanto temos visto triunfantes a alguns dos santos mais frágeis diante do prospecto da partida.
Leiam as histórias dos mártires, e com frequência verão alegres diante dos mais cruéis sofrimentos que se avizinhavam.
O gozo do Senhor lhes deu tal força que nenhum pensamento covarde os alarmou em um só instante. Eles foram para fogueira ou para onde seriam decapitados, com salmos de vitória em seus lábios.
 Não devemos considerar nosso Senhor como inferior a Seus mais valentes servos. Não pode ser que Ele trema ali onde eles foram valorosos.
Oh não, o espírito mais nobre nesse esquadrão de mártires é o Líder mesmo, que tanto no sofrimento como no heroísmo, os superou todos; ninguém podia desafiar de tal maneira as dores da morte como o Senhor Jesus, o qual, pela alegria posta diante Dele sofreu a cruz, menosprezando o opróbrio.
Não posso conceber que as angustias do Getsêmani foram ocasionadas por algum ataque extraordinário de Satanás.
 É possível que Satanás estivesse ali, e que sua presença houvera obscurecido a sombra, porem ele não era a causa mais proeminente dessa hora de escuridão. Pelo menos isso está muito claro, que nosso Senhor, ao início de Seu ministério se envolveu em um duelo muito severo com o príncipe das trevas.
No entanto, não lemos com relação à tentação no deserto uma só silaba que nos diga que Sua alma estava triste em extremo, nem mesmo encontramos que ―começou a entristecer-se e a angustiar-se,nem existe tampouco uma só indicação solitária de algo que fora parecido ao suor sangrento.
 Quando o Senhor dos anjos condescendeu em enfrentar-se com o príncipe do poder do ar, não lhe teve nenhum medo como para clamar em grande voz e derramar lágrimas e cair prostrado em terra rogando três vezes ao Grandioso Pai. Falando comparativamente, colocar Seu pé sobre a serpente antiga foi uma tarefa fácil para Cristo
, e lhe custou uma ferida no calcanhar, mas essa agonia do Getsêmani feriu Sua alma até a morte.
O que vocês crêem então que foi o que marcou de maneira tão especial o Getsêmani e às angústias que ali tiveram parte? Cremos que o Pai o colocou a sofrer ali por nós. Era nesse momento que nosso Senhor tinha que tomar certa copa da mão do Pai.
 A prova não vinha nem dos judeus,
nem do traidor Judas, nem dos discípulos que cochilavam, nem do diabo, mas sim que era um cálice que tinha sido cheira por Um que Ele sabia que era Seu Pai, mas que, no entanto, lhe havia designado uma porção muito amarga, uma copa que não era para o corpo bebera, nem para derramar seu fel sobre sua carne, mas sim uma copa que de maneira especial atordoava Sua alma e afligia o íntimo de Seu coração. Ele retrocedia em frente dela, e, portanto podem estar seguros que foi um gole mais terrível que a dor física, pois frente a ela não arredava; era uma porção mais terrível que o vitupério. Disso não havia tratado jamais de escapar; mais horrível que a tentação satânica. Ele a havia vencido: era algo inconcebivelmente terrível, repleto de horror de forma surpreendente, que vinha da mão do Pai. Isso elimina toda dúvida quanto ao que era, pois lemos:
―Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado” (Isaías 53:10)
―Mas o Senhor carregou nele o pecado de nós todos.
Ao que não conhecia pecado, por nós o fez pecado. Então, isso é o que ocasionou que o Salvador experimentava uma extraordinária depressão.
 Ele estava próximo a ―que pela graça de Deus provasse a morte por todos,‖ e levar a maldição que os pecadores mereciam.
Porque esteve no lugar dos pecadores, sofreu no lugar deles. Aqui está o segredo dessas agonias que não é possível declarar ordenadamente diante de vocês, tão certo é que:
“Somente para Deus, e unicamente para Ele
Suas angustias são plenamente conhecidas.”
No entanto, quero exortá-los para que considerem por um momento essas angustias, para que possam amar a Quem as sofreu. Agora se dava conta, talvez pela primeira vez, o que significava carregar com o pecado. Como Deus, era perfeitamente santo e incapaz de pecar, e como homem estava sem mancha original, puro e sem nenhuma contaminação; no entanto, teve que carregar com o pecado, ser levado como bode expiatório carregando com a iniquidade de Israel sobre sua cabeça, ser tomado e feito uma oferenda pelo pecado, e como uma coisa desprezível (pois nada era mais desprezível que a oferenda do pecado), ser levado fora do acampamento e ser totalmente consumido pelo fogo da ira divina.
O surpreende que sua infinita pureza resistira diante disso: Teria sido o que Ele era se houvera deixado de ser um assunto extremamente solene para Ele estar ante Deus na posição do pecador? E como Lutero o expressou, ser visto por Deus como se Ele fosse todos os pecados do mundo, e como se Ele houvesse cometido todo o pecado que foi cometido em todos os tempos por Seu povo, pois todo esse pecado foi colocado sobre Ele, e sobre Ele devia tombar toda a violência que esse pecado exigia; Ele de tinha que ser o centro de toda a vergonha e carregar sobre Ele com todo o que deveria recair sobre os culpados filhos dos homens.
Estar nessa posição quando já era uma realidade deve ter sido muito terrível para a alma santa do Redentor. Também a mente do Salvador estava fixamente concentrada na aborrecível natureza do pecado. O pecado sempre foi algo aborrecível para Ele, porem agora Seus pensamentos estavam absortos nele, viu sua natureza que a palavra de um mortal não poderia descrever, seu caráter atroz, e seu horrível propósito.
Provavelmente nesse momento teve uma visão como homem, mais clara do que em qualquer outro momento, do amplo alcance e do mal do pecado que a tudo contamina, e um sentido da negrura de suas trevas, e da desesperada condição de culpa como um ataque direto sobre o trono, sim, e sobre o próprio ser de Deus.
Ele viu em sua própria pessoa até onde poderia chegar o pecador, como podiam vender a seu Senhor como Judas, buscando destruí-lo como os judeus fizeram.
O cruel e pouco generoso tratamento que Ele mesmo tinha recebido fazia patente o ódio do homem para Deus, e, ao vê-lo, o horror apoderou-se Dele, e Sua alma estava triste ao pensar que tinha que carregar com todo esse mal e tinha que ser contado entre tais transgressores, ser ferido por suas transgressões, e golpeado por suas iniquidades.
Sem dúvida nesse momento a pena pelo pecado começou a ser percebida por Jesus no jardim: primeiro o pecado, que o havia posto na posição de um substituto que sofre, e depois a pena que devia suportar, ao estar nessa posição de substituto.
Lamento ao máximo esse tipo de teologia que é tão comum nesses dias, que busca depreciar e diminuir nosso entendimento dos sofrimentos de nosso Senhor Jesus Cristo. Irmãos, não foi um sofrimento insignificante esse que recompensou a justiça de Deus pelos pecados dos homens. Jamais temo exagerar quando falo do que meu Senhor teve que suportar. Todo o inferno foi destilado nessa copa, da qual nosso Deus e Salvador Jesus Cristo foi obrigado a beber.
Não era sofrimento eterno, mas devido que Ele é divino, pode oferecer a Deus em um curto tempo o desagravo de sua justiça, que os pecadores no inferno não poderiam ter oferecido ainda que sofressem em suas pessoas por toda a eternidade.
A dor que quebrantou o espírito do Salvador, o grande oceano sem fundo de angustia inexpressável que inundou a alma do Salvador quando morreu, é tão inconcebível, que não posso me aventurar
muito longe, para não ser acusado de um vão intento de expressar o inexpressável. Porem, sim, posso dizer isso, a simples espuma proveniente desse mar tempestuoso, ao cair sobre Cristo, o batizou em um suor sangrento.
 Ainda não havia se aproximado as ondas impetuosas do castigo mesmo, mas simplesmente o ato de estar de pé na costa, ao ouvir as terríveis ondas rompendo seus pés, sua alma estava muito confusa e triste. Era a sombra da tempestade que se aproximava, era o prelúdio do terrível abandono que devia suportar, ao estar onde tinha que estar, e pagar à justiça de seu Pai a dívida que nós deveríamos pagar – isso o tinha derribado.
Ser tratado como um pecador, ser castigado como um pecador, ainda que Nele não havia pecado, tudo isso é o que ocasionava Nele a agonia a que nosso texto se refere.
II. Tendo falado assim da causa de sua especial angustia, penso que poderemos fundamentar nosso ponto de vista sobre a matéria, enquanto os levamos a considerar
QUAL ERA O CARÁTER DESSA ANGÚSTIA?
 Irei tratar de evitar o excessivo uso das palavras gregas usadas pelos evangelistas – estudei cada uma delas, para descobrir os matizes de seus significados, porem será suficiente se lhes dou os resultados de minha cuidadosa investigação. Qual era essa angustia? Como foi descrita? Essa grande pena assediou nosso Senhor mais ou menos quatro dias antes de sua paixão. Se lemos em João 12:27, achamos essa assombrosa expressão
: ―Agora está minha alma perturbada‖ Nunca o escutamos dizer algo igual antes. Isso era uma antecipação da grande depressão do espírito que pronto o ia prostrar no Getsêmani
. ―Agora a minha alma está perturbada; e que direi eu? Pai, salva-me desta hora; mas para isto vim a esta hora. (João 12:27)‖ Depois lemos em Mateus 26:37, que ―começou a entristecer-se e a angustiar-se muitíssimo.”
A depressão havia chegado para Ele novamente. Não era dor, não eram palpitações do coração, nem uma dor de cabeça, era algo pior que todas essas coisas.
A turbação de espírito é pior que a dor corporal; a dor poder trazer problemas e converter-se na causa incidental de angústia, porem, se a mente está perfeitamente tranquila, um homem pode suportar a dor sem maiores problemas, e quando a alma está radiante e levantada com um gozo interno, a dor do corpo quase é esquecida.
 A alma conquista ao corpo.
Por outro lado, a dor da alma é a causa de dor corpórea.
A natureza inferior se harmoniza com a natureza superior. O principal sofrimento de nosso Senhor estava em Sua alma.
Os sofrimentos de Sua alma eram a alma de Seus sofrimentos. ―Quem suportará ao ânimo angustiado?
 a dor de espírito é a pior das dores, a tristeza de coração é o ápice das aflições. Que todos aqueles que conheceram alguma vez a depressão do espírito, o abatimento e a escuridão mental, confirmem a verdade do que eu digo!
Essa angústia de coração parece ter levado o espírito de nosso Senhor a uma profundíssima depressão.
No capítulo 26 de Mateus, no versículo 37 está registrado que Ele ―começou a entristecer-se e a angustiar-se muito” e essa expressão está cheia de significado. Muito mais conteúdo, em verdade, do que poderíamos explicar com facilidade.
A palavra em seu texto original é muito difícil de traduzir.
 Pode significar a abstração da mente, e a completa invasão da mente pela angústia, de tal forma que qualquer outro pensamento que poderia aliviar a pena fica totalmente excluído.
Um pensamento lacerante consumia Sua alma inteira, e queimava tudo que houvera podido dar consolo. Por uns instantes Sua mente se recusou a considerar o resultado de Sua morte, o conseguinte gozo colocado diante Dele.
Sua posição como O que carregou com o pecado, e o requerido abandono de Seu Pai, embargava todas as Suas meditações, impedindo que Sua alma se fixasse em alguma outra coisa.
Alguns viram nessa palavra uma medida de distração, e ainda que não adentrarei muito nessa direção, pareceria como que a mente de nosso Salvador tivesse experimentado perturbações e convulsões muito distantes de Sua usual calma e de seu espírito recolhido.
Era lançado de um lado a outro como que sobre um poderoso mar embravecido, envolto na tormenta, arrastado por sua fúria.
―e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. (Isaías 53:4)‖ Como o salmista disse, inumeráveis males o cercavam de tal forma que seu coração decaia. Seu coração se derretia como cera em suas entranhas em um completo desmaio. Começou a ―angustiar-se muito.‖
Alguns consideram que a raiz da palavra significa:
―separado do povo,‖ como se o houvesse convertido em alguém diferente dos demais homens, assim como alguém cuja mente está atordoada por um golpe súbito, ou está oprimida por uma surpreendente calamidade, não se comporta mais como os homens comuns.
Os simples espectadores teriam pensado que nosso Senhor era um homem atordoado, sobrecarregado mais além dos limites humanos, e submergido em uma angústia sem paralelo entre os homens.
 O estudioso Thomas Goodwin1 disse:
―a palavra denota um defeito, uma deficiência, e um espírito abatido como sucede com as pessoas que sofrem de uma enfermidade e um desmaio.‖ A enfermidade de Epafrodito2, que o levou a
1 Thomas Goodwin (1600-1680), conhecido como "o Velho", foi um teólogo inglês puritano e pregador, e um importante líder dos religiosos Independentes (Congregacionais). Ele atuou como capelão de Olliver Cromwell. (Fonte: http://historiacongregacional.blogspot.com)
2 Epafrodito foi um companheiro de Paulo de Tarso durante suas viagens missionárias e é mencionado na Epístola aos Filipenses (Filipenses 2:25 e Filipenses 4:18).
beira da tumba, é descrita utilizando-se da mesma palavra: assim que, vemos que a alma de Cristo estava enferma e desfalecida.
Por acaso seu suor não foi gerado pela prostração?
O suor frio, pegajoso dos moribundos é produzido pela fraqueza corporal, mas o suor sangrento de Jesus era produzido pelo total desfalecimento e prostração de Sua alma. Sua alma estava em um terrível desmaio, e sofria da morte interna, cujo acompanhamento não era as lágrimas usuais dos olhos, mas sim um choro de sangue proveniente do homem inteiro.
Muitos de vocês, no entanto, conhecem em certa medida o que significa estar angustiado em grande medida sem que eu tenha que multiplicar minha explicação, e se vocês não o sabem por experiência pessoal, todas minhas explicações resultam serem vãs.
Quando o profundo desalento chegue, quando não possam se lembrar de nada que os possa sustentar, e seu espírito decaia profundamente, profundamente, profundamente, então poderão sentir dor juntamente com seu Senhor.
Outros os consideram néscios, os chamam de nervosos, e lhes pedem que se reanimem, porem, desconhecem completamente seu caso.
Se o entendessem não zombariam deles com tais advertências, impossíveis para os que estão afundando-se sob o peso da aflição interna. Nosso Senhor estava ―muito angustiado‖, muito abatido, muito desalentado, sobrecarregado pela pena.
Marcos nos diz, continuando, no capítulo 14, versículo 33, que nosso Senhor ―começou a ter pavor, e a angustiar-se.
 A palavra grega não tem somente a conotação de que Ele estava assombrado e surpreendido, mas sim que Sua estupefação chegava ao limite do horror, como o que os homens experimentam quando os pelos se lhes arrepia e sua carne treme.
Assim como quando Moisés recebeu a Lei estava temeroso e tremendo em extremo, e como disse Davi: “meu corpo se arrepiou com temor de ti, e temi os teus juízos.
” (Salmo 119:120), assim nosso Senhor foi alcançado pelo horror diante do espetáculo do pecado que foi depositado sobre Ele e a vingança que era exigida por sua causa.
 O Salvador estava primeiro ―profundamente afligido‖, logo deprimido, e ―angustiado‖, e finalmente, agudamente estupefato e cheio de assombro; pois, mesmo Ele em sua condição de homem, escassamente pode saber o que era que se havia comprometido em carregar.
O tinha considerado com calma e tranquilidade, e tinha sentido que independentemente do que fora, Ele o carregaria por nós; porem, quando chegou o momento de carregar realmente com o pecado, estava totalmente perplexo e surpreendido pela terrível posição de estar no lugar do pecador diante de Deus, de que Seu santo Pai o contemplara como o representante do pecador, e de ser abandonado por
esse Pai com quem Ele havia vivido em termos de amizade e deleite desde toda a eternidade. Isso fazia cambalear sua natureza santa, terna, cheia de amor, e Ele estava ―profundamente afligido‖ e ―angustiado‖.
É-nos ensinado que um oceano o encerrava, o envolvia e o abatia, pois o versículo 38 do capítulo 26 de Mateus contem a palavra perilupos que significa ―ficar completamente envolto no abatimento‖. Em todas as misérias comuns geralmente existe alguma via de escape, algum lugar onde se pode respirar esperança. Geralmente, podemos recordar de nossos amigos que estão em problemas, que seu caso poderia ser pior, porem, não poderíamos imaginar o que poderia ser pior nas aflições de nosso Senhor, pois Ele podia dizer com Davi:
―Os cordéis da morte me cercaram, e angústias do inferno se apoderaram de mim; encontrei aperto e tristeza.‖ (Salmo 116:3)
Todas as ondas e as olas de Deus passaram sobre Ele. Sobre Ele, debaixo Dele, ao redor Dele, interna e externamente tudo era angustia, e não havia nenhuma fonte de alívio ou de consolo. Seus discípulos não podiam o ajudar. Todos, menos um, dormiam, e o que estava desperto, ia a caminho de o trair.
Seu espírito clamava na presença do Deus Todo Poderoso sob o peso aplacante e sob a carga intolerável de suas misérias.
Não houve piores aflições do que as de Cristo, e Ele mesmo disse: ―Minha alma está muito triste‖, ou rodeada de tristezas,
―até a morte‖.
Ele não morreu no jardim, porem sofreu o mesmo que se houvera morrido. Suportou intensamente a morte, ainda que não extensamente. Quer dizer, não se estendeu até converter seu corpo em um cadáver, mas foi tão intensa em dor como se verdadeiramente tivesse morto. Sua dor e sua angústia equivaliam aos de uma agonia mortal, e só fizeram uma pausa quando esteve à borda da morte.
Para coroar tudo, Lucas nos diz em nosso texto, que nosso Senhor estava em agonia.
A expressão ―agonia‖ significa um conflito, uma contenda, uma luta. Com quem era essa agonia?
 Com quem lutava?
Eu penso que era consigo mesmo; a contenda aqui assinalada não era com Seu Deus; não, ―não seja como eu quero, mas como tu‖ não descreve uma luta com Deus; não era uma contenda com Satanás, pois, como já o vimos, não teríamos ficado surpreendidos que se houvera sido esse o conflito, mas sim que era um terrível combate consigo mesmo, uma agonia dentre de Sua própria alma. Recordem que Ele teria podido escapar de toda a aflição se Sua vontade assim o tivesse desejado, e naturalmente sua natureza humana dizia:
 ―Não leves essa carga!‖ e a pureza de Seu coração dizia:
―Oh, não leves essa carga, não te ponhas no lugar do pecador;‖ e a delicada sensibilidade de Sua misteriosa natureza se retraia de qualquer tipo de conexão com o pecado: no entanto, o amor infinito dizia:
 ―leva-a, dobre-se sob essa carga‖; e assim, existia uma agonia entre os atributos de Sua natureza, uma batalha em uma escala terrível na arena de Sua alma.
A pureza que não pode suportar entrar em contato com pecado deve ter sido muito poderosa em Cristo, enquanto que o amor que não queria permitir que seu povo perecesse era também muito poderoso. Era um conflito em escala titânica, como se um Hércules tivesse encontrado outro Hércules;
 duas forças tremendas lutavam e combatiam e agonizavam, no sangrento coração de Jesus.
Nada lhe causa a um homem maior tortura do que ser arrastado daqui para lá por emoções em conflito; assim como a guerra civil é mais cruel e a pior das guerras, assim uma guerra dentro da alma de um homem quando duas grandes paixões nele pretendem o domínio, e ambas são também nobres paixões, causam um problema e uma tensão que ninguém pode entender exceto quem experimenta essa guerra.
Não me surpreende que o suor de nosso Senhor fora como grandes gotas de sangue, quando tal pressão interna o triturava como um ramo de uva pisoteado num lagar. Espero não ter olhado presuntivamente na arca, ou ter visto dentro o lugar santíssimo coberto pelo véu; Deus não queira que a curiosidade ou o orgulho me levem a querer intrometer-me onde o Senhor colocou uma barreira. Os guiei tão perto como pude, e devo fechar a cortina de novo com as palavras que acabo de usar:
“Somente para Deus, e unicamente para Ele
Suas angustias são plenamente conhecidas.”
III. Nossa terceira pergunta será
QUAL FOI O ALÍVIO DE NOSSO SENHOR EM TUDO ISSO?
Ele buscou ajuda na companhia dos homens, e era muito natural que assim o fizesse. Deus criou em nossa natureza humana uma necessidade de simpatia. É perfeitamente normal que nós esperemos que nossos irmãos vigiem conosco em nossa hora de provação; porem, nosso Senhor deu-se conta que os homens não eram capazes de ajudá-lo; sem importar quanto seus espíritos queriam ajudar, sua carne era fraca. Então, o que fez?
Recorreu à oração, e especialmente a Deus em seu caráter de Pai.
Aprendi por experiência própria que não conheceremos a doçura da Paternidade de Deus até que não experimentemos uma amarguíssima angústia; posso entender que quando o Salvador disse:
 ―Aba, Pai,” foi a angústia quem o reduziu como a um menino castigado a apelar queixosamente ao amor de um Pai.
Na amargura de minha alma clamei: ―Sim, em verdade és meu Pai, pelas entranhas de tua paternidade, tem piedade de Teu filho;‖ e aqui Jesus suplica a Seu Pai como nós temos feito, e encontra consolo nessa súplica.
A oração era o canal do consolo do Redentor; verdadeira, intensa, reverente, a oração que se repete, e depois de cada tempo de oração regressava a calma e voltava para seus discípulos com uma medida de paz restaurada.
Quando viu que dormiam, suas aflições regressaram, e, portanto voltou a orar de novo, e cada fez foi consolado, de tal forma que quando orou pela terceira vez já estava preparado para se encontrar com Judas e com os soldados, e para ir com silenciosa paciência ao juízo e à morte.
Seu grande consolo era a oração e a submissão à vontade divina, pois quando colocou Sua própria vontade aos pés de Seu Pai a debilidade de Sua carne não se queixou mais, sim que em doce silêncio, como uma ovelha submetida aos tosquiadores, conteve a Sua alma em paciência e descanso. Queridos irmãos e irmãs, se algum de vocês experimenta seu próprio Getsêmani e suas pesadas aflições, imitem o seu Senhor recorrendo à oração, clamando a seu Pai e aprendendo a submeter-se a Sua vontade.
Irei concluir sacando duas ou três aplicações de todo nosso tema. Que o Espírito Santo nos instrua.
A primeira é essa: Conheçam, queridos irmãos, a humanidade real de nosso Senhor Jesus Cristo. Não pensem Nele unicamente como Deus, ainda que certamente é divino, porem sinta-o como relacionado com vocês, ossos de seus ossos e carne de sua carne.
Que plenamente Ele pode compreendê-los! Ele foi carregado com todas as cargas de vocês, e afligidos com todas as aflições de vocês. São muito profundas as águas pelas que vocês estão atravessando? No entanto, não são profundas comparadas com as torrentes com as que Ele foi golpeado. Jamais penetra no espírito de vocês alguma dor que seja estranha para a Cabeça do pacto. Jesus pode identificar-se com todas as aflições de vocês, pois sofreu muito mais do que vocês sofreram, portanto, é capaz de socorrê-los em suas tentações. Devem apegar-se a Jesus como seu amigo íntimo, o irmão que os ajudará na adversidade, e terão obtido um consolo que lhes permitirá atravessar todas as profundezas.
Continuando, contemplem aqui o intolerável mal do pecado. Você é um pecador, porem Jesus nunca o foi, e, no entanto, estar em lugar do pecador foi tão terrível para Ele que estava muito triste, até a morte.
O que será para você um dia o pecado se é achado culpado ao final!
 Oh, se pudéssemos descrever o horror do pecado não haveria nenhum de vocês que estaria satisfeito de permanecer no pecado nem por um momento; creio que essa manhã, se elevaria dessa casa de oração um lamento e gemidos tais que poderiam ser ouvidos nas próprias ruas, se os homens e as mulheres aqui presentes que estão vivendo em pecado pudessem entender realmente o que é o pecado, e qual é a ira de Deus que se acumula sobre eles, e quais serão os juízos de Deus que muito logo os rodearão e os destruirão, Oh alma, o pecado deve ser uma coisa terrível se ele aplacou dessa forma a nosso Senhor.
 Se a pura imputação do pecado produziu suor sanguinolento no santo e puro Salvador, o que produzirá o pecado mesmo: Evitem-lhe, não passem perto dele, afastem-se de qualquer coisa que pareça ele, caminham com muita humildade e cuidado com seu Deus para que o pecado não os cause dano, porque é uma praga mortal, uma peste infinita.
Vejam em continuação, porem, oh, que poucos minutos me restam para falar de tal lição, o amor sem par de Jesus, que por causa de vocês e por mim não somente sofreu no corpo, mas sim que consentiu em carregar com o horror de ser contado como um pecador, e colocar-se sob a ira de Deus por causa de nossos pecados: ainda que lhe custou sofrer até a morte, e uma terrível aflição, o Senhor se apresentou como nossa garantia antes que ver que nós perecêssemos. Por acaso não poderíamos suportar com alegria a perseguição por causa Dele?
Não poderíamos trabalhar para Ele com total entrega? Somos tão pouco generosos que Sua causa possa ter necessidades enquanto nós contamos com os meios para ajudá-la? Somos tão baixos que sua obra pode chegar a um alto enquanto nós temos a força para continuá-la?
Os exorto pelo Getsêmani, meus irmãos, se possuem uma parte e uma porção na paixão de seu Salvador, amem muito Àquele que os amou verdadeiramente sem medida, e gastem-se e sejam gastos por Ele.
Outra vez vendo a Jesus no jardim, aprendemos a excelência e a plenitude da expiação. Que negro sou, que sujo e desprezível aos olhos de Deus!
Eu só mereço ser lançado ao mais profundo do inferno, e me assombra que Deus não me tenha lançado ali desde muito tempo; porem, entro no Getsêmani, e observo essas torcidas oliveiras, e vejo a meu Salvador. Sim, o vejo retorcendo-se no solo cheio de angústia, e escuto Seus gemidos do tipo que nunca foram emitidos por nenhum peito anteriormente.
Observo a terra e a vejo vermelha com Seu sangue, enquanto Seu rosto está banhado de suor ensanguentado, e digo a mim mesmo: ―Meu Deus, Meu Salvador, por que te afliges?‖ E Ele me responde:
―Estou sofrendo por teu pecado,‖ e então sinto muito consolo, pois enquanto quisera ter evitado a meu Senhor tal angústia, agora que a angústia terminou, posso entender como Jeová pode perdoar-me, porque feriu a Seu Filho em meu lugar.
Agora tenho esperança de ser justificado, pois trago diante da justiça de Deus e diante de minha própria consciência a lembrança de meu Salvador que sangra, e digo: ―Podes Tu demandar o pago duas vezes, primeiro a mão de Teu Filho que agoniza, e depois de mim?‖ Pecador como sou, estou ante o trono ardente da severidade de Deus, e não tenho medo. Podes queimar a
mim, oh fogo consumidor, quando não só tem queimado, mas sim que consumiu completamente a meu Substituto?
Não, por fé, minha alma vê a justiça satisfeita, a lei honrada, o governo moral de Deus estabelecido, e, no entanto, minha alma que foi antes culpada agora é absolvida e recebe a liberdade. O fogo da justiça vingadora se extinguiu, e a Lei consumiu suas demandas mais rigorosas sobre a pessoa Dele que foi feito uma maldição por nós, para que possamos ser feitos a justiça de Deus Nele. Oh, a doçura do consolo que flui do sangue de expiação!
Obtenham esse consolo, meus irmãos, e nunca o deixem, Aferrem-se ao coração de seu Senhor que sangra, e bebam do abundante consolo.
Por último, qual não será o terror do castigo que recairá sobre aqueles homens que rejeitam o sangue expiatório, e que terão que estar frente a Deus em suas próprias pessoas para sofrer por seus pecados. Lhes direi, senhores, que dói a meu coração ao dizer-lhes isso, o que sucederá com aqueles que rejeitam a meu Senhor. Jesus Cristo, meu Senhor e meu Deus, é um sinal e uma profecia para vocês do que lhes passará. Não é em um jardim, mas sim na cama de vocês onde sempre descansaram serão surpreendidos, e as dores da morte se apoderarão de vocês.
Serão entristecidos com uma tremenda tristeza e remorso pela vida que desperdiçaram, e por terem rejeitado ao Salvador. Então, o pecado que mais amam, sua lascívia favorita, como outro Judas, os trairá com um beijo.
Quando todavia sua alma dependure de seus lábios, será tomada e levada por um grupo de demônios, e levada ao tribunal de Deus, tal como Deus tal como Jesus foi levado a sala do juízo de Caifás. Haverá um juízo sumário, pessoal e de alguma maneira privado, como resultado de qual serão enviados a prisão onde, em trevas e rugir de dentes e pranto, passarão a noite antes da sessão do tribunal que terão o juízo pela manhã.
 Então virá o dia, e virá a manhã da ressurreição, e assim como nosso Senhor compareceu ante Pilatos, assim vocês comparecerão diante do mais alto tribunal, não o de Pilatos, mas sim do terrível trono de juízo do Filho de Deus, a Quem vocês desprezaram e rejeitaram. Logo aparecerão testemunhas declarando contra vocês, não testemunhas falsas, mas sim verdadeiras, e vocês ficarão sem fala, assim como Jesus não disse nenhuma palavra frente seus acusadores.
Logo, suas consciências e desespero o sacudirão, até que se convertam em tal monumento de miséria, tal espetáculo de desprezo, até poderem ser descritos adequadamente por outro ―Ecce Homo‖, eis aqui o homem, e os homens o olharão e dirão:
―Eis ali o homem e ao sofrimento que lhe sobreveio, porque desprezou a seu Deus e encontrava prazer no pecado.‖
Depois, serão condenados. ―Apartai-vos de mim, malditos,‖ será a sentença que receberão, assim como ―Seja crucificado‖ foi a condenação de Jesus.
E serão levados pelos oficiais de justiça ao lugar de sua condenação. Logo, igual ao Substituto dos pecadores, vocês exclamarão:
―Tenho sede,‖ porem ninguém lhes dará nem uma gota de água; não provarão nada senão o fel da amargura.
Serão executados publicamente com todos os seus crimes escritos sobre sua cabeça para que todos possam os ler e entendam que vocês foram justamente condenados; e logo, zombarão de vocês, como zombaram de Jesus, especialmente se professaram alguma religião falsa; todos os que passem por ai dirão:
―a outros salvou, e a outros pregou, porem a si mesmo não se pode salvar.
 O mesmo Deus zombará de vocês.
 Não, não pensem que estou sonhando, Ele não há dito: ―Também de minha parte eu me rirei na vossa perdição e zombarei, em vindo o vosso temor.‖ (Provérbios 1:2)?
Clamem a seus deuses nos que confiaram alguma vez! Obtenham seu consolo das concupiscências nas que uma vez se deleitaram, oh vocês que foram condenados para sempre! Para vergonha de vocês e para confusão de sua nudez, vocês que desprezaram ao Salvador serão feitos espetáculo da justiça de Deus para sempre. É correto que assim seja, a justiça corretamente o demanda assim.
O pecado fez que o Salvador sofresse uma agonia, não te fará sofrer a você?
Mais ainda, ademais de seu pecado, vocês rejeitaram ao Salvador, vocês disseram: ―Não colocarei minha confiança Nele‖.
Voluntariamente, presunçosamente, e em contra de sua própria consciência rejeitaram a vida eterna; e se morrem rejeitando a misericórdia, o que pode resultar de tudo isso?
Pois que primeiro seu pecado e logo sua incredulidade os condenarão à miséria sem limites e sem fim. Deixem que Getsêmani lhes advirta, deixem que Seus gemidos, Suas lágrimas e Seu suor sangrento lhes sirvam de aviso. Arrependam-se do pecado e creiam em Jesus. Que Seu Espírito assim se lhes permita, no nome de Jesus. Amém.
Sermão pregado no Domingo, 18 de Outubro de 1874.
Por Charles Haddon Spurgeon.


DIFERENÇA ENTRE O JUSTO E O IMPIO

A diferença entre católico,e crente


A Diferença entre o Justo e o ímpio
"Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio,
entre o que serve a Deus e o que não serve ".
(Ml 3.18)
A profecia de Malaquias foi dada por Deus no tempo de Esdras e Neemias, durante a volta do cativeiro babilônico, da reconstrução da cidade, da religião e do culto.
Caracteriza-se o livro pelo seu estilo contestador, indagador.
O profeta coloca-se no lugar de advogado de Deus, inquirido pelo povo acerca de diversas questões, mais precisamente sete perguntas atrevidas e incisivas:
Em que nos tens amado? (1.2)
Em que desprezamos nós o teu nome? (1.6)
Em que te havemos profanado? (1.7)
Em que o enfadamos? (2.17)
Em que havemos de tornar? (3.7)
Em que te roubamos? (3.8)
Que temos falado contra ti? (3.13)
Este atrevimento se deveu ao fato da nação de Israel sentir-se frustrada, por Deus não castigar a impiedade das nações vizinhas.
 Eles percebiam a diferença que havia entre eles e os povos politeístas, idólatras, adoradores de imagens de escultura e ídolos, povos cruéis, devassos.
Diante deles, os israelitas pareciam santos, bons, honestos, fiéis.
 Por isso, entre murmúrios de indignação, censuravam-se por terem sido tão justos em sua maneira de viver:
"É inútil servir a Deus. 
Vejam os povos das outras nações:
fazem tudo o que querem, vivem folgadamente e Deus não os castiga".
Continuavam com suas lamúrias:
"O que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos, e andar de luto diante do Senhor dos Exércitos?".
O povo estava ressentido com Deus.
Em meio às conversas mais triviais, era impossível evitar comentários menos exasperados.
- Bem-aventurados são os soberbos, resmungavam, alguns, com azedume.
- Só os que cometem impiedade prosperam, coaxavam, outros, amargurados.
- ... até os que tentam ao Senhor escapam..., concluíam, enciumados, os escravizados pela concupiscência.
Deus, porém, não aceitou as palavras injuriosas do povo, e, através do profeta Malaquias, transmitiu-lhes o seu desagrado
Eu ouvi tudo.
As vossas palavras foram agressivas para mim".
Deus também ouviu e atentou para as palavras daqueles que O temiam e se lembravam do Seu nome.
Mandou que fosse escrito um memorial a esse respeito em Sua presença.
Acerca deles, declarou:
 "Vocês são minha possessão particular, naquele dia que preparei, diz o Senhor dos Exércitos; poupá-los-ei, como um homem poupa a seu filho, que o serve" (Ml 3.17).
Voltando-se para os que o aborreceram, esclareceu decisivamente:
"Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus e o que não o serve " (Ml 3.18).
O salmista Asafe também tratou do problema da prosperidade dos maus ou ímpios.
 Sua atitude parece semelhante à dos israelitas, na volta do cativeiro, e assim se expressa:
"Com efeito disse ele,inutilmente conservei puro o coração e lavei as mãos na inocência.
 Pois de contínuo sou afligido e cada manhã, castigado. 
Se eu pensara em falar tais palavras, já aí teria traído a geração de teus filhos. Em só refletir para
compreender isso, achei mui pesada tarefa para mim; até que entrei no santuário de Deus e atinei
com o fim deles". (SI 73.13-17)
Asafe contemplava a prosperidade dos infiéis e o fato de não terem preocupações, terem saúde, serem violentos e nada sofrerem, falarem maliciosamente, serem altivos, blasfemarem, e mesmo assim viverem tranqüilos e aumentarem suas riquezas (SI 73.1-12).
 Muitos, ainda hoje, olham para a prosperidade do homem ímpio, para a sua vida de orgia e de prazeres e se deixam tentar, dizendo:
"E pensa,não vale a pena servir a Deus.]
 Eu procuro viver uma vida santificada para melhor servir a Deus, e não tenho essa prosperidade".
Existem ainda outros que procuram justificar-se a si mesmos, dizendo:
 "Eu me abstenho das coisas más e não ando no pecado como esses ímpios ingratos, que fazem o que querem, não temem a Deus e não O servem.
Por que eles têm tudo: prosperidade, saúde, educação, lazer...?
 Parece até que Deus não se importa com a maneira como eles vivem".
Querido leitor, todos os prazeres deste mundo são efêmeros e passageiros.
 A Bíblia afirma claramente:
Nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele. "Como saiu do ventre de sua mãe, assim nu voltará, indo-se como veio; e do seu trabalho nada poderá levar consigo " (Ec 5.15).
Só há uma coisa que podemos levar deste mundo, sobre a qual o apóstolo Paulo falou nestes termos: "Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé" (2 Tm 4.7).
Somente a fé nos acompanhará para a eternidade.
O Senhor atentava para os justos e também ouvia as suas palavras. Diz-nos a Bíblia que havia um memorial diante do Senhor (Ml 3.16). O Senhor falou através de Malaquias: "Outra vez vereis a diferença entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus e o que não o serve".
Sempre houve e sempre haverá diferença entre o justo e o ímpio. Deus não trata o justo e o ímpio da mesa forma.
Deus sabe fazer distinção entre o justo e o ímpio. Foi assim nos dias de Noé, quando os ímpios pereceram afogados nas águas do dilúvio.
À medida que as águas subiam, cobrindo toda a superfície da terra, os seus corpos começaram a boiar. Deus, porém, lembrou-se de Noé, diz-nos a Bíblia.
Deus jamais se esquece dos justos.
Eles estão no seu coração e fazem parte dos Seus planos. "São de paz os planos que tenho para vós" - diz o Senhor, - "e não de mal, para vos dar uma esperança e um futuro " (Jr 29.11).
Deus sabe tratar tanto com o justo quanto com o ímpio.
 Quem faz a diferença é Ele.
Uma das interrogações mais desafiadoras e questionadoras que o homem já fez aos ouvidos de Deus foi feita por Abraão:
 "Senhor, destruirás também o justo com o injusto?" (Gn 18.23).
O Senhor estava disposto a destruir Sodoma e Gomorra, mas antes de fazê-lo comunicou a Abraão, cumprindo-se o que está escrito na Palavra:
"Fará o Senhor alguma coisa sem comunicar isso aos seus servos, os profetas?" (Am 3.7)
 A Palavra ainda acrescenta:
"Os segredos do Senhor são para aqueles que o temem ".
- Vou destruir Sodoma e Gomorra, disse o Senhor a Abraão, pois a abominação praticada nessas duas cidades chegou até a minha presença.
- Senhor, intercedeu Abraão, destruirás também o justo com o injusto?
- Não, Abraão, respondeu o Senhor.
- Se houver ali cinqüenta justos, ainda assim matarás a todos? Intercedia aflito o patriarca.
- Não, Abraão. Se houver ali cinqüenta justos eu pouparei as cidades, por amor dos cinqüenta.
- E se houver quarenta? Insistia inseguro o patriarca.
- Não, Abraão. Se houver ali quarenta justos eu pouparei as cidades, por amor dos quarenta.
Em toda a Bíblia distinguimos a tremenda diferença entre o justo e o ímpio. Vejamos:
a) Os ímpios são chamados de:
árvore corrupta,
arbustos no deserto,
 cães,
cabritos,
 cegos,
 cereal queimados,
cera derretida,
cinzas sob os pés,
escorpiões,
espinhos e abrolhos,
 estrelas errantes,
 feras,
filhos da desobediência,
 filhos da ira,
filhos da maldição,
 filhos do diabo,
filhos do inferno,
filhos do maligno,
filhos da perdição,
fumaça, geração perversa,
 inimigos da cruz,
inimigos de Deus,
insensatos edificado sob a areia,
 joio,
lobos,
leões cobiçosos de presas,
nuvens sem água,
 ondas espumantes do mar,
orvalho que logo desaparece,
 prata reprovada,
ramos abomináveis,
moinha que o vento espalha,
 Redemoinho que passa,
Sepulcros caiados,
Terreno pedregoso,
 Transgressores,
Vasos de ira,
Vestes corroídas pela traça,
Víbora surda, etc.
 É a Bíblia que os descreve assim.
b) Os justos são chamados de:
 O sol,
As estrelas,
Monte Sião,
 Embaixadores,
Homens de Deus,
O Líbano,
Tesouro,
 Jóia,
Ouro,
 Vaso de ouro e de prata,
 Pedras de uma coroa,
Pedras vivas,
Criancinhas,
Escolhidos,
Filhos obedientes,
Flhos da luz,
 Filhos amados,
Herdeiros,
 Instrumentos para honra,
 Luzes,
Membros do corpo de Cristo,
 Lutadores,
Servos bons,
Peregrinos rumo aos céus,
 Ovelhas de Deus,
Cordeiro,
 Água,
Orvalho e chuva,
Jardim regado,
 Ramo de oliveira,
Romãs,
Lírio,
 Árvore plantada junto ao ribeiro,
Cedro do Líbano,
 Palmeira,
 Oliveira nova,
Arvore frutífera,
Cereal,
 Trigo,
Soldado de Cristo,
Sal da terra,
Embaixadores do Rei,
 Cidadãos do céu,
 Remidos do Senhor,
 Vasos de misericórdia.
"Outra vez vereis a diferença entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus e o que não o serve ". Vale a pena ser crente. Aleluia! Essa diferença refere-se não apenas a esta vida, mas também a vida futura, à eternidade.
A Bíblia afirma claramente que o ímpio está destinado à condenação eterna.
 Essa condenação não é um castigo de Deus ao ímpio, mas uma conseqüência das escolhas feitas por ele aqui, em vida.
 A Bíblia descreve ainda de várias maneiras o estado de sofrimento e de perdição do ímpio:
 fogo eterno, trevas exteriores, tormento, castigo eterno, ira de Deus, segunda morte, eterna destruição, banidos da face de Deus, pecado eterno, inferno.
Tudo isto é a descrição do estado eterno de sofrimento e de perdição do ímpio.
Os ímpios, segundo a Palavra de Deus, sofrerão o juízo divino durante a grande tribulação. Eis uma descrição do que acontecerá nesse dia:
"Os reis da terra, os grandes, os chefes militares, os ricos, os poderosos e todo escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes, e disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, escondei-nos o rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro. Pois é vindo o grande dia da ira deles, e quem poderá subsistir? " .(Ap 6.15-17)

QUAL A DIFERENÇA DO CRENTE E OS DEMAIS POVOS ?


Vereis a diferença entre  o que serva a Deus e o que não serve


A Diferença entre o Justo e o ímpio
"Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio,
entre o que serve a Deus e o que não serve ".
(Ml 3.18)
A profecia de Malaquias foi dada por Deus no tempo de Esdras e Neemias, durante a volta do cativeiro babilônico, da reconstrução da cidade, da religião e do culto.
Caracteriza-se o livro pelo seu estilo contestador, indagador.
O profeta coloca-se no lugar de advogado de Deus, inquirido pelo povo acerca de diversas questões, mais precisamente sete perguntas atrevidas e incisivas:
Em que nos tens amado? (1.2)
Em que desprezamos nós o teu nome? (1.6)
Em que te havemos profanado? (1.7)
Em que o enfadamos? (2.17)
Em que havemos de tornar? (3.7)
Em que te roubamos? (3.8)
Que temos falado contra ti? (3.13)
Este atrevimento se deveu ao fato da nação de Israel sentir-se frustrada, por Deus não castigar a impiedade das nações vizinhas.
 Eles percebiam a diferença que havia entre eles e os povos politeístas, idólatras, adoradores de imagens de escultura e ídolos, povos cruéis, devassos.
Diante deles, os israelitas pareciam santos, bons, honestos, fiéis. Por isso, entre murmúrios de indignação, censuravam-se por terem sido tão justos em sua maneira de viver:
"É inútil servir a Deus.
Vejam os povos das outras nações: fazem tudo o que querem, vivem folgadamente e Deus não os castiga". Continuavam com suas lamúrias:
"O que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos, e andar de luto diante do Senhor dos Exércitos?".
O povo estava ressentido com Deus.
 Em meio às conversas mais triviais, era impossível evitar comentários menos exasperados.
Bem-aventurados são os soberbos, resmungavam, alguns, com azedume.
Só os que cometem impiedade prosperam, coaxavam, outros, amargurados.
Até os que tentam ao Senhor escapam..., concluíam, enciumados, os escravizados pela concupiscência.
Deus, porém, não aceitou as palavras injuriosas do povo, e, através do profeta Malaquias, transmitiu-lhes o seu desagrado
Eu ouvi tudo.
As vossas palavras foram agressivas para mim".
Deus também ouviu e atentou para as palavras daqueles que O temiam e se lembravam do Seu nome.
Mandou que fosse escrito um memorial a esse respeito em Sua presença.
Acerca deles, declarou:
 "São minha possessão particular, naquele dia que preparei, diz o Senhor dos Exércitos; poupá-los-ei, como um homem poupa a seu filho, que o serve" (Ml 3.17). 
Voltando-se para os que o aborreceram, esclareceu decisivamente: "Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus e o que não o serve " (Ml 3.18).
O salmista Asafe também tratou do problema da prosperidade dos maus ou ímpios.
Sua atitude parece semelhante à dos israelitas, na volta do cativeiro, e assim se expressa:
"Com efeito, inutilmente conservei puro o coração e lavei as mãos na inocência. Pois de
contínuo sou afligido e cada manhã, castigado.
Se eu pensara em falar tais palavras, já aí teria traído a geração de teus filhos. Em só refletir para
compreender isso, achei mui pesada tarefa para mim; até que entrei no santuário de Deus e atinei
com o fim deles". (SI 73.13-17).
Asafe contemplava a prosperidade dos infiéis e o fato de não terem preocupações, terem saúde, serem violentos e nada sofrerem, falarem maliciosamente, serem altivos, blasfemarem, e mesmo assim viverem tranqüilos e aumentarem suas riquezas (SI 73.1-12).
 Muitos, ainda hoje, olham para a prosperidade do homem ímpio, para a sua vida de orgia e de prazeres e se deixam tentar, dizendo:
"Não vale a pena servir a Deus. Eu procuro viver uma vida santificada para melhor servir a Deus, e não tenho essa prosperidade".
Existem ainda outros que procuram justificar-se a si mesmos, dizendo: "Eu me abstenho das coisas más e não ando no pecado como esses ímpios ingratos, que fazem o que querem, não temem a Deus e não O servem.
Por que eles têm tudo: prosperidade, saúde, educação, lazer...? Parece até que Deus não se importa com a maneira como eles vivem".
Querido leitor, todos os prazeres deste mundo são efêmeros e passageiros.
 A Bíblia afirma claramente: Nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele. "Como saiu do ventre de sua mãe, assim nu voltará, indo-se como veio; e do seu trabalho nada poderá levar consigo " (Ec 5.15).
Só há uma coisa que podemos levar deste mundo, sobre a qual o apóstolo Paulo falou nestes termos: "Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé" (2 Tm 4.7). Somente a fé nos acompanhará para a eternidade.
O Senhor atentava para os justos e também ouvia as suas palavras. Diz-nos a Bíblia que havia um memorial diante do Senhor (Ml 3.16). O Senhor falou através de Malaquias: "Outra vez vereis a diferença entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus e o que não o serve".
Sempre houve e sempre haverá diferença entre o justo e o ímpio. Deus não trata o justo e o ímpio da mesa forma.
Deus sabe fazer distinção entre o justo e o ímpio. Foi assim nos dias de Noé, quando os ímpios pereceram afogados nas águas do dilúvio.
À medida que as águas subiam, cobrindo toda a superfície da terra, os seus corpos começaram a boiar. Deus, porém, lembrou-se de Noé, diz-nos a Bíblia.
Deus jamais se esquece dos justos. Eles estão no seu coração e fazem parte dos Seus planos. "São de paz os planos que tenho para vós" - diz o Senhor, - "e não de mal, para vos dar uma esperança e um futuro " (Jr 29.11). Deus sabe tratar tanto com o justo quanto com o ímpio. Quem faz a diferença é Ele.
Uma das interrogações mais desafiadoras e questionadoras que o homem já fez aos ouvidos de Deus foi feita por Abraão: "Senhor, destruirás também o justo com o injusto?" (Gn 18.23).
O Senhor estava disposto a destruir Sodoma e Gomorra, mas antes de fazê-lo comunicou a Abraão, cumprindo-se o que está escrito na Palavra: "Fará o Senhor alguma coisa sem comunicar isso aos seus servos, os profetas?" (Am 3.7) A Palavra ainda acrescenta: "Os segredos do Senhor são para aqueles que o temem ".
- Vou destruir Sodoma e Gomorra, disse o Senhor a Abraão, pois a abominação praticada nessas duas cidades chegou até a minha presença.
- Senhor, intercedeu Abraão, destruirás também o justo com o injusto?
- Não, Abraão, respondeu o Senhor.
- Se houver ali cinqüenta justos, ainda assim matarás a todos? Intercedia aflito o patriarca.
- Não, Abraão. Se houver ali cinqüenta justos eu pouparei as cidades, por amor dos cinqüenta.
- E se houver quarenta? Insistia inseguro o patriarca.
- Não, Abraão. Se houver ali quarenta justos eu pouparei as cidades, por amor dos quarenta.
Em toda a Bíblia distinguimos a tremenda diferença entre o justo e o ímpio.
 Vejamos:
a) Os ímpios são chamados de: árvore corrupta, arbustos no deserto, cães, cabritos, cegos, cereal queimados, cera derretida, cinzas sob os pés, escorpiões, espinhos e abrolhos, estrelas errantes, feras, filhos da desobediência, filhos da ira, filhos da maldição, filhos do diabo, filhos do inferno, filhos do maligno, filhos da perdição, fumaça, geração perversa, inimigos da cruz, inimigos de Deus, insensatos edificado sob a areia, joio, lobos, leões cobiçosos de presas, nuvens sem água, ondas espumantes do mar, orvalho que logo desaparece, prata reprovada, ramos abomináveis, moinha que o vento espalha, redemoinho que passa, sepulcros caiados, terreno pedregoso, transgressores, vasos de ira, vestes corroídas pela traça, víbora surda, etc.
 É a Bíblia que os descreve assim.
b) Os justos são chamados de: o sol,
as estrelas, monte Sião,
embaixadores,
homens de Deus,
o Líbano,
 tesouro,
jóia,
 ouro,
 vaso de ouro e de prata,
 pedras de uma coroa,
 pedras vivas,
criancinhas,
escolhidos,
filhos obedientes,
filhos da luz,
 filhos amados,
herdeiros,
instrumentos para honra,
luzes,
membros do corpo de Cristo,
 lutadores,
servos bons,
 peregrinos rumo aos céus,
 ovelhas de Deus,
cordeiro,
água,
orvalho e chuva,
jardim regado,
ramo de oliveira,
 romãs,
 lírio,
árvore plantada junto ao ribeiro
 cedro do Líbano,
palmeira,
oliveira nova,
árvore frutífera,
cereal,
trigo,
 soldado de Cristo,
sal da terra,
embaixadores do Rei,
 cidadãos do céu,
remidos do Senhor,
de misericórdia.
"Outra vez vereis a diferença entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus e o que não o serve ". Vale a pena ser crente. Aleluia! Essa diferença refere-se não apenas a esta vida, mas também a vida futura, à eternidade.
A Bíblia afirma claramente que o ímpio está destinado à condenação eterna.
Essa condenação não é um castigo de Deus ao ímpio, mas uma conseqüência das escolhas feitas por ele aqui, em vida.
 A Bíblia descreve ainda de várias maneiras o estado de sofrimento e de perdição do ímpio: fogo eterno, trevas exteriores, tormento, castigo eterno, ira de Deus, segunda morte, eterna destruição, banidos da face de Deus, pecado eterno, inferno.
Tudo isto é a descrição do estado eterno de sofrimento e de perdição do ímpio.
Os ímpios, segundo a Palavra de Deus, sofrerão o juízo divino durante a grande tribulação. Eis uma descrição do que acontecerá nesse dia:
"Os reis da terra, os grandes, os chefes militares, os ricos, os poderosos e todo escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes, e disseram aos montes e aos
rochedos: Caí sobre nós, escondei-nos o rosto
daquele que está assentado sobre o trono, e da ira
do Cordeiro. Pois é vindo o grande dia da ira deles,
e quem poderá subsistir? " .(Ap 6.15-17)

PRINCIPAIS INTERPRETAÇÕES PROFÉTICA DO MLIÊNIO

Interpretações sobre o milênio

Principais interpretações teológicas da profecia
Interpretações amilenistas.
 Entre as interpretações ortodoxas da Bíblia, a mais destacada desde o século IV da era cristã é a amilenista ou não-milenista.
Apresentada por Agostinho, ela sustenta que não haverá um reino literal futuro de Cristo sobre a Terra, de mil anos de duração, mas que o milênio se refere à presente era, ou talvez aos últimos mil anos da presente dispensação.
Como essa posição não tinha uma interpretação literal das passagens milenares, foi designada como amilenista a partir do século XIX.
A interpretação amilenista, dentro dos limites da teologia ortodoxa, oferece várias explicações para o cumprimento das profecias ligadas ao milênio.
A mais popular, a explicação agostiniana, relaciona os mil anos à presente dispensação como um reino espiritual em que Cristo domina sobre os corações dos crentes ou é materializado no progresso do Evangelho na Igreja.
Amilenistas dos séculos XIX e XX ofereceram interpretações variadas, quando alguns sustentaram que o milênio se cumpre no período entre a morte e a ressurreição do crente.
No século XX, alguns afirmaram que os mil anos terão o seu cumprimento no novo Céu e na nova Terra, descritos em Apocalipse 21,22.
Alguns amilenistas também sugerem que as passagens milenares são condicionais e não se cumprirão, porque Israel apostatou da fé.
Ainda outros afirmam que o reino na Terra cumpriu-se no reinado de Salomão, que controlou a terra prometida a Abraão (Gn 15.18).
No contexto do amilenismo do século XX, também é considerada a interpretação neo-ortodoxa. Essa posição considera que o reino se cumpre na experiência individual do crente.
Em termos gerais, os eruditos neo-ortodoxos sustentam que Deus se comunica diretamente com o crente de modo sobrenatural e que a Bíblia não deve ser considerada, por si só, um registro infalível da revelação divina.
Todos os teólogos liberais também são amilenistas, pois não crêem que aconteça um milênio literal no futuro.
Interpretação pós-milenista.
Apresentada por Daniel Whitby no século XVIII, outra interpretação da profecia tornou-se popular, ao afirmar especificamente que o milênio consistiria nos últimos mil anos da presente dispensação. Os que aderiram a esta posição acreditavam que o Evangelho triunfaria de tal modo no mundo que toda a Terra seria cristianizada, a fim de trazer assim uma era áurea que corresponderia ao reino milenar.
Tal como o amilenismo, coloca a segunda vinda de Cristo no final do milênio. Em sua forma original, o pós-milenismo era uma interpretação bíblica que buscava uma visão mais literal do milênio do que a adotada pelos pós-milenistas posteriores, no século XX.
O pós-milenismo deste século, influenciado pela evolução, tornou- se menos bíblico e adotou o conceito do progresso espiritual ao longo de um extenso período de tempo, que teria uma dispensação de ouro para a humanidade.
 Esses pós-milenistas, no entanto, não são considerados ortodoxos. Como movimento teológico, deixou de ser significativo na primeira metade do século XX, mas pequenos grupos tentam revivê-lo nas discussões teológicas recentes.
Interpretação pré-milenista. Desde o primeiro século da era cristã, os estudiosos das Escrituras sustentam que a segunda vinda de Cristo acontecerá antes do milênio, ou seja, que a segunda fase da volta de Jesus será seguida de um reino literal de Cristo sobre a Terra com mil anos de duração.
 Essa era a posição predominante da Igreja primitiva, conforme testemunhado pelos primeiros pais da Igreja.
Por volta do século III, todavia, a escola teológica alexandrina introduziu a interpretação alegórica generalizada das Escrituras e conseguiu destronar a posição pré-milenista.
Nos últimos séculos, todavia, o pré-milenismo foi revivido por estudiosos bíblicos e hoje é adotado por muitos que são ortodoxos em sua teologia.
Ao contrário do amilenismo e do pós-milenismo, a interpretação pré-milenista não é adotada por liberais, pois se baseia no conceito de que a Bíblia é a Palavra de Deus e as profecias devem ser interpretadas em seu sentido literal.
A posição pré-milenista tem muito a seu favor, por tratar a profecia com os mesmos princípios de interpretação normais em outras áreas de investigação teológica. De modo geral, o pré-milenismo é a posição adotada na interpretação da profecia neste livro.
O fato de tantas profecias já se terem cumprido literalmente dá apoio à expectativa de que muitas delas ainda terão seu cumprimento literal

PORQUE A PROFECIA É IMPORTANTE?

PORQUE A PROFECIA É IMPORTANTE?

A IMPORTÂNCIA DA PROFECIA
Na história da Igreja, as porções escatológicas ou proféticas das Escrituras sofreram mais com interpretações inadequadas do que qualquer outro importante assunto teológico.
 A razão desse fato é que a Igreja se desviou de uma interpretação normal, gramatical e literal da profecia, e adotou outra, não-literal e sujeita aos caprichos do intérprete.
Nos primeiros dois séculos da era cristã, a Igreja era predominantemente pré-milenista, pois ensinava que Cristo cumpriria a profecia de sua segunda vinda e inauguraria seu reinado de mil anos sobre a Terra antes que começasse a eternidade.
 Embora esta interpretação nem sempre fosse coerente e às vezes fantasiosa, em geral a profecia era tratada da mesma maneira que as demais porções das Escrituras.
A partir de 190 d.C. e durante o terceiro século, a escola herética de Alexandria, no Egito, trouxe a lume e defendeu o princípio errôneo de que a Bíblia deveria ser interpretada em um sentido não-literal ou alegórico.
Ao aplicar esse conceito às Escrituras, os alexandrinos subverteram as doutrinas mais importantes da fé, inclusive a profecia.
 O resultado foi que houve pouco progresso na teologia, especialmente na área profética, até que esse problema de interpretação fosse resolvido.
Agostinho (354-430) resgatou a Igreja desse princípio errôneo, pelo menos no que dizia respeito às passagens não-proféticas, mas continuou a tratar a profecia de maneira não-literal, com o propósito de eliminar a idéia de um reino milenar sobre a Terra.
Pelo fato do amilenismo, que nega um reino milenar literal após a segunda vinda de Cristo, ser um sistema essencialmente negativo e dificultar a interpretação literal inteligente da profecia, houve pouco progresso nessa área.
Embora a Igreja não deixasse de crer  qui existe,céu e Inferno, negligenciou ou racionalizou longas passagens proféticas que tinham que ver com Israel e o reino terreno, freqüentemente mencionados no Antigo Testamento.
Mesmo durante a Reforma protestante a profecia não foi resgatada desse entrave à sua interpretação.
Embora remanescentes da Igreja defendessem uma posição pré- milenista, foi apenas nos séculos XIX e XX que começou a tomar forma e a se firmar um movimento para restaurar a verdade literal da profecia.
O século XX foi particularmente significativo no progresso da interpretação profética e aquele no qual muitos detalhes das profecias foram debatidos e esclarecidos de maneira que nunca fora possível antes.
Embora o amilenismo continue a ser a posição majoritária da Igreja, entre os que adotam uma visão elevada da inerrância das Escrituras a posição pré-milenista recebeu exposição detalhada, que serviu para oferecer uma visão inteligente do presente e futuro, do ponto de vista da profecia bíblica.
A importância da profecia deveria ser evidente, mesmo num exame superficial da fé cristã, pois cerca de um quarto da Bíblia era profecia, quando a Palavra de Deus foi transmitida.
 É evidente que o Senhor tencionava levantar o véu do futuro, a fim de nos conceder alguma indicação de quais eram seus planos e propósitos para a raça humana e o universo como um todo. Passagens que apoiam a interpretação pré-milenista, negligenciadas e mal interpretadas, foram corrigidas, em certa medida, no decorrer do século XX.
Na natureza da fé cristã, uma firme esperança quanto à escatologia é essencial. Um cristianismo sem futuro não seria autêntico.
Em contraste, entretanto, com a escatologia das religiões pagãs, que pintam um quadro sombrio do futuro, a esperança do cristianismo é límpida e brilhante, e oferece ao cristão a verdade fundamental de que, para ele, a próxima vida é melhor que a presente.
Como Paulo disse em 2 Coríntios 5.8:
“Estamos em plena confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor”.
Na fé cristã, o futuro é pintado com tons de bênção e felicidade na presença do Senhor, sem os males pertencentes a esta vida.
A revelação da profecia na Escritura serve como importante prova de que a Bíblia é exata em sua interpretação do futuro.
O fato de que aproximadamente metade das profecias bíblicas já teve o seu cumprimento de forma literal concede-nos uma base intelectual adequada para presumir que a profecia que ainda aguarda um desfecho terá, de igual modo, cumprimento integral.
Ao mesmo tempo, justifica-se a conclusão de que a Bíblia é inspirada pelo Espírito Santo e a profecia, a qual foge ao controle de qualquer esquema humano, é de fato uma revelação feita por Deus sobre o que ainda acontecerá.
 O cumprimento de diversas profecias serve como guia para a interpretação das que ainda aguardam sua realização.
A profecia bíblica, adequadamente interpretada, também supre uma diretriz para estabelecermos o valor da conduta humana e das coisas que pertencem a esta vida.
Para o crente, a pergunta definitiva é se Deus considera valioso o que acontece na atualidade, e isso entra em choque com o sistema de valores do mundo, que é predominantemente materialista.
A profecia também é um apoio para a revelação bíblica da justiça de Deus e uma base para a afirmação de que a fé cristã possui um relacionamento integral com a moralidade.
 Escrituras proféticas ligadas a esse impasse indicam que cada ato será levado a juízo, de acordo com o padrão infinito de justiça de um Deus santo e, assim, a profecia oferece uma base para a moralidade sustentada pelo caráter do próprio Deus.
A profecia também oferece um guia para o significado da história.
Embora os eruditos continuem a debater uma filosofia histórica, a Bíblia afirma, na verdade, que a vida humana é o desdobramento do plano de Deus e do seu propósito de revelar-se a Si mesmo e manifestar seu amor, graça e justiça de um modo que seria impossível se não fosse a existência da humanidade.
Na fé cristã o relato bíblico tem o seu clímax no plano de Deus para o futuro, em que o nosso planeta será transformado, a fim de que surja uma nova Terra.
Uma interpretação adequada da profecia serve para apoiar ou aperfeiçoar todas as outras áreas teológicas, e, sem um estudo apropriado da profecia bíblica, todas as outras áreas, em certo sentido, tornam-se uma revelação incompleta.
Ao tentarmos comunicar o significado das Escrituras com respeito ao passado e futuro, a profecia serve para trazer luz e compreensão a muitos aspectos de nossa vida presente, bem como de nossa esperança futura.
Num esforço de entender e interpretar corretamente a profecia como um exercício teológico válido e justificável, é necessário estabelecer uma base adequada de interpretação profética.