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IMPÉRIO DOS GREGOS.

O império grego

Elevação do Império Grego 11.1:
 “Eu, pois, no primeiro ano de Dario, o medo, levantei-m e para o animar e fortalecer”.
Um capítulo profético.
O pensamento humano, entronizado em seu próprio “eu”, pode querer ou ter julgado este capítulo onze (11) de Daniel uma história escrita “depois” dos acontecimentos nele narrados.
Mas, o Deus entronizado, que estava presente no início do tempo e estará presente quando o tempo não mais existir, pode certamente declarar, com a devida precisão e exatidão, “as coisas futuras, e as que ainda hão de vir” (Is 44.7);
 Ele não somente é Deus de perto, mas também é Deus de longe (Jr 23.23). “No prim eiro ano de Dario, omedo”.
 No capítulo nove deste livro de Daniel, o profeta faz uma ligeira alusão ao “primeiro ano” de governo deste monarca, filho de Assuero, do país dos medos.
Seu nome é sempre citado em conexão com este primeiro ano de reinado. (Dn 5.31; 6.1, 6, 9, 25; 9.1; 11.1).
A Bíblia não cita uma data posterior de seu governo; evidentemente, ele foi substituído por Ciro, o persa, um ano depois (Dn 7.5).
 No presente texto, encontramos ainda “o homem vestido de linho”, fazendo uma ligeira alusão pessoal a respeito 197do Império e de Dario, o seu governante, mas, logo a seguir, ele descreve a grande revelação nas margens do rio Tigre.
O personagem deu a Daniel os dados históricos a respeito desta profecia e sobretudo dos conflitos entre os dois reinos mencionados neste capítulo:
1) O reino do Sul (Egito). 2) O reino do Norte (Síria). Só ele sabia e sabe o que haveria de acontecer séculos depois. 11.2: “E agora te declararei a verdade: Eis que ainda três reis estarão na Pérsia, e o quarto será cumulado de grandes riquezas, m ais do que todos; e, esforçando-se com suas riquezas, agitará todos contra o reino da Grécia”.
“Eis que ainda três reis estarão na Pérsia”.
O “homem vestido de linho” revela a Daniel que o reino da Pérsia está chegando ao seu fim: somente três monarcas restariam para que aquela dinastia expirasse. Lendo o capítulo quatro do livro de Esdras, encontramos os nomes dos três monarcas que reinaram depois de Ciro: 1) Cambises (Assuero).
2) Esmerdis (Artaxerxes).
3) Dario (Persa). A ordem cronológica estabelecida ali não é tão fácil de ser determinada, a não ser aquilo que podemos depreender dos textos sagrados.
Cabises (Assuero). Este monarca não deve ser confundido com o Assuero marido de Ester; o do presente texto é posterior àquele.
“Cambises vem citado no livro de Esdras 4.6, com o nome de Assuero. Este rei era neto da princesa Mondane, a mãe de Ciro e, conseqüentemente, filha da Rainha Ester” (doutor Goodman). Evidentemente, ele é o Assuero persa, e o outro, Assuero, da nação dos medos (Et 1.1; Dn 9.1). Esse rei governou poucos anos.
Seu feito principal foi atacar e tomar o Egito, cujo rei era Psamético. Estendeu suas armas vitoriosas e atacou também a Etió­ pia. Só não atacou Cartago, porque os fenícios o dissuadiram de atacar a sua colônia predileta. Voltando de suas conquistas, achou uma rebelião no Egito.
Revoltado, m atou Psamético, e outros nobres daquele império. Esmerdis (Artaxerxes). Esse monarca persa, devido às suas grandes conquistas, teve seu nome mudado para “Artaxerxes Longímano”, que reinou provavelmente de 465 a 425 a.C. (Ed 4.7, 8,11, 23; 6.14; 7.1, 11, 12, 21; 8.1; Ne 2.1; 13.6).
Segundo Heródoto, “Artaxerxes” quer dizer “grande guerreiro”. Foi cognominado de “Longímano” por sua excessiva bondade.
 A Enciclopédia Internacional diz que Longímano “... foi célebre pela sua bondade e generosidade; permitiu aos judeus que tinham ficado em Babilônia, depois do edito de Giro, que voltassem a Jerusalém para restabelecer a sua religião”.
 Pelo testemunho bíblico, foi ele o monarca que promulgou a “ordem” para que Neemias reconstruísse os muros da cidade de Jerusalém, em 445 a.C. (Ne 2.1; Dn 9.25).
Em seu governo, Neemias subiu a Jerusalém, levando consigo uma leva de cativos voltando à sua terra, com prazer e grande júbilo. (Comp. SI 126). Foi a terceira leva de cativos que desejaram acompanhá-lo. Dario (Persa). Este monarca vem citado no livro de Esdras, (caps. 4.5,24; 5.6, 7; 6.1,12,14,15). Após oito (8) meses de governo do usurpador Gomates, Dario H istaspis subiu ao trono. Seu primeiro trabalho foi extinguir as revoluções em todo o seu Império. Sua energia, coragem, dedicação e gênio bélico, conseguiram isso.
 Este rei decretou o “reinicio” da construção da casa de Deus em Jerusalém (Ed 4.24; 6.1-12). “... o quarto será cumulado de grandes riquezas”.
Xerxes(Kchiarcha). Todos os estudiosos da Bíblia concordam em que o “quarto” monarca aqui mencionado é Xerxes.
Ele foi o sucessor de Dario, o persa. Seu nome aparece na História como Kchiarcha. Os dados históricos e proféticos se combinam entre si sobre a vida deste soberano. Ele foi realmente o que diz a profecia: “Foi cumulado de grandes riquezas, mais do que todos”. Ele, durante o seu reinado, atacou a Grécia e foi derrotado nesta invasão. 11.3:
“Depois se levantará um rei valente, que reinará com grande domínio, e fará o que lhe aprouver”. “... um rei valente”.
Podemos observar que o Impé­ rio Greco-Macedônio entra em cena neste versículo. Não é mais representado como nas composições anteriores descritas por Daniel: 1) “Cobre” (Dn 2.32). 2) “M etal” (Dn 2.39). 3) “Folhas” (Dn 4.21). 4) “Leopardo” (Dn 7.6). 5) “Bode peludo” (Dn 8.20, 21). Agora, no presente versículo, este reino tem sua representação na pessoa de um “rei valente” que reinaria com grande domínio.
 Este rei valente foi Alexandre Magno, ele realmente tomou o Império Medopersa, e reinou com grande poder (Dn 8.3, 4). Ale-xandre foi, de fato, um guerreiro habilidoso, porém, tudo quanto fez e conquistou foi derramando sangue (dos ou-tros) e pela espada.
 Ele foi a antítese do verdadeiro Cristo, que tudo quanto fez e conquistou foi derramando o seu próprio sangue, e manifestando seu grande amor.
Vejamos o caráter negativo de Alexandre e o caráter positivo de Cristo: Jesus e Alexandre morreram aos trinta e três anos. Um deles viveu para si mesmo, o outro por mim e por você. O grego morreu num trono; o judeu morreu numa cruz.
A vida de um foi triunfante (aparentemente); a do outro, uma derrota (aparentemente). Um deles comandou imensos exércitos arm ados, o outro teve ap en as um pequeno grupo, desarmado. Um derramou o sangue alheio sem piedade, o outro derramou o seu próprio sangue, e o derramou por amor ao mundo.
 Alexandre conquistou o mundo em vida; Jesus perdeu a sua vida para ganhar vida para seus seguidores. Um morreu na Babilônia, o outro no Calvário.
Um conquistou tudo para si, e o outro a si mesmo se deu. Alexandre, enquanto viveu, conquistou todos os tronos; Jesus, na morte e na vida, conquistou o Trono de Glória. Um deles sendo servo se fez Deus; o outro sendo Deus se fez servo (F1 2.6 a 7).
Um deles ganhou um grande nome: Alexandre!
O outro “um nome que é sobre todo o nome”: JESUS! Um deles viveu para se gloriar; o outro para abençoar. Quando o grego morreu, seu trono, conquistado pela espada, ruiu para sempre. Jesus, quando morreu ganhou o trono que permanece para sempre (SI 93.2).
O grego fez de todos escravos; o judeu a todos (que o aceitaram ou aceitam) liberta da escravidão do pecado. Um deles construiu um trono forrado de sangue; o outro edificou o seu com amor. Um deles veio da terra; é terreno (1 Co 15.47).
O outro veio do.Céu; é celestial (1 Co 15.47 a 49).
O grego morreu para sempre, o judeu para sempre vive. Perde tudo aquele que só recebe, e tudo ganha aquele que dá. 11.4: “Mas, estando ele em pé, o seu reino será quebrado, e será repartido para os quatro ventos do céu; mas não para a sua posteridade, nem tampouco segundo o poder 200com que reinou, porque o seu reino será arrancado, e p a ssará a outros”. “O seu reino será q u e b r a d o Isto aconteceu realmente como diz a profecia em foco. Alexandre reinou com grande poder; ele foi chamado de Magno.
Mas morreu prematuramente aos trinta e três anos de idade. O chifre ilustre foi realmente “quebrado”, como vaticinara o profeta do Senhor (Dn 8.8). Seu império foi dividido em quatro partes (quatro ventos), depois da batalha de Ipsus, em 301 a.C. A sua posteridade (família) não recebeu o reino, e sim seus quatro generais de exércitos: 1. Ptolomeu. 2. Seleuco. 3. Lisímaco. 4. Cassandro. As quatro regiões de que fala o texto divino foram: 1) O Egito (região Sul). 2) A Síria (região Norte). 3) A Macedônia (região Oeste).
4) A Ásia Menor. Os generais de Alexandre Magno reinaram também com grande autoridade, mas nenhum deles chegou à sua glória e magnitude; também não eram de sua família; cumprindo-se, assim, a profecia: "... seu reino será repartido... mas não para a sua posteridade”.
Esse acontecimento sobre seu reino, o próprio Alexandre já o previu em vida como ele mesmo declarou ao seu biógrafo: “Ainda em vida, Alexandre predisse que seus amigos lhe fariam um cruento funeral”. Cumpriu-se o vaticínio.
O Macedônio não deixou sucessor direto ao trono, pois tinha um irmão que poderia ser seu herdeiro, mas este era imbecil; e um filho, mas era de poucos anos de idade. 11.5: “E se fortalecerá o rei do Sul, e um de seus príncipes, e este se fortalecerá, m ais do que ele, e reinará, e domínio grande será o seu domínio”.
 A profecia escatológica do profeta Daniel muda aqui de posição geográfica, e não segue com a Ásia e a Grécia, mas com o EGITO (Sul) e a SÍRIA (Norte). Devemos, no presente estudo deste capítulo, até o versículo 31, firmar a situação geográfica de dois países: Egito e Síria, mas isso não quer dizer que outros não entrassem também em cena.
 Na divisão principal do reino de Alexandre, os outros dois generais escolheram regiões diferentes, enquanto Ptolomeu e Seleuco escolheram os dois países já mencionados, e o primeiro rei do Egito é Ptolomeu I ou Soter. Este Ptolomeu, ao lado de Seleuco, Antípater e Filetero (os dois últimos também são chamados pela História de: Lisímaco e Cassandro), derrotou Antígono, na Frigia, na batalha de Ipsus. Estabeleceu-se depois no Egito, enquanto Selêuco preferiu a Síria. Logicamente, a Palestina (ou terra formosa) pertencia à Síria, mas Ptolomeu I, por um subterfúgio, tomou para si a terra dos judeus. Ptolomeu foi monarca poderoso, e fundou uma dinastia chamada de Ptolemaica, que perdurou séculos, mesmo sofrendo guerras incessantes. "... um de seus príncipes... se fortalecerá, m ais do que ele [Ptolom eu]”.
 Segundo o doutor C. G abelein, esse “príncipe” da corte Ptolemaica foi Seleuco Nicator. Ele foi realmente um príncipe poderoso em sua geração. Ele exerceu um grande domínio que se estendeu até o rio Indus. 11.6: “Mas, ao cabo de anos, eles se aliarão; e a filha do rei do Sul virá ao rei do N orte para fazer um tratado; mas não conservará a força de seu braço; nem ele persistirá, nem o seu braço, porque ela será entregue, e os que a tiverem trazido, e seu pai, e o que a fortalecia naqueles tem ­ pos”. "... a filha do rei do Sul...”
 Aqui temos outro intervalo na jornada profética. Este versículo leva-nos até ao ano 250 a.C. Os dois que fazem aliança no presente texto são Ptolomeu II ou Filadelfo e Aritíoco Theos. O tratado de que fala a profecia foi o casamento de Antíoco Theos com a princesa egípcia Berenice, filha de Ptolomeu Filadelfo. “A combinação deste tratado foi que Antíoco Theos havia de se divorciar da sua esposa Leodice, e fazer qualquer filho de Berenice herdeiro do reino.
Este convênio acabou num desastre”. O motivo deste “tratado”, como é chamado pela palavra divina, foi em virtude de Ptolomeu II sustentar duas guerras contra Antíoco Theos, rei da Síria; mesmo assim, o seu objetivo era tomar a Palestina. Sentindo-se derrotado, o rei da Síria, divorciou-se de sua esposa Laodice e casou com Berenice, filha de Filadelfo. Com a morte de Ptolomeu II, Antíoco Theos despede Berenice e volta à primeira esposa. Esta, temendo um novo divórcio, envenena o esposo e Berenice. Assim, como foi vaticinado, "... não conservará a força de seu braço; nem ele persistirá”. Tudo terminou em nada. 20211.7: “M as do renovo das suas raízes um se levantará em seu lugar, e virá com o exército, e entrará nas fortalezas do rei do Norte, e operará contra elas, e prevalecerá”. "... do renovo de suas raízes...”
 Todos os estudiosos das predições do profeta Daniel concordam em que este “renovo”, que se levantou da fam ília de Ptolomeu II, foi Ptolomeu Evergetes, o irmão de Berenice. Ele conquistou a Síria, e levou suas armas vitoriosas até Babilônia, Susã, etc. Ele matou a Laodice, esposa de Antíoco Theos, que envenenara a princesa, sua irmã.
Depois desta grande fa­ çanha, ele prosseguiu e tomou as “fortalezas”: os pontos estratégicos do reino da Síria, uma delas foi o porto de Antioquia. Este príncipe foi o maior dos Ptolomeus. Ele é cognominado também de Ptolomeu III.
 Quando passou por Jerusalém, visitou o templo e nomeou para cobrar impostos na Palestina um sobrinho do sumo sacerdote Onias II. Efetivamente, logo que Ptolomeu Evergetes assumiu o poder, por morte de seu pai, preparou um grande exército, e investiu contra o rei da Síria, e prevaleceu, como diz Daniel.
 A Síria, bem como Babilônia, que lhe estava sujeita, foram tomadas, como já demonstramos acima, e Ptolomeu voltou da luta muito vaidoso: No tocante aos judeus, foi, como seu pai, muito favorável. Evergetes morreu provavelmente em 222 a.C. 11.8: “E tam bém os seus deuses com a m ultidão das suas imagens, com os seus vasos preciosos de prata e ouro, levará cativos para o Egito; e por alguns anos ele persistirá contra o rei do Norte”.
“Com os seus vasos preciosos de prata e ouro”. Realmente, foi isso que aconteceu na invasão da Síria pelo monarca Evergetes. Na guerra contra o rei da Síria (Norte), ele despojou esse país de tudo que era precioso e de maior valor, e conduziu os valores para o porto de Alexandria, no Egito: cerca de 4.000 (quatro mil) talentos de ouro e quarenta mil (40.000) talentos de prata, e dois mil (2.000) ídolos, e vasos idólatras.
Muitos desses vasos Cambises, filho de Ciro, tinha levado para a Pérsia. O leitor deve observar que este versículo é ainda a continuidade do versículo 7 deste capítulo. O irmão de Berenice, como já ficou demonstrado em notas expositivas do versículo seis (6), veio 203contra o exército do Norte e conseguiu eliminar a Laodice pela morte, e, despojando toda a riqueza daquele reino, seguiu triunfantemente para sua terra.
 As Escrituras, então, continuam relatando as diversas guerras entre os selêucidas e os Ptolomeus, até o aparecimento de Antíoco Epifânio. Num estudo acurado deste conflito de reis do Norte e do Sul encontramos sete (7) guerras sucessivas. 11.9: “E entrará no reino do rei do Sul, e tornará para a sua terra”.
A profecia apresenta nova insurreição da Síria contra o Egito; isso nos leva ao ano 240 a.C., quando Seleuco Calí- nicos, o rei do Norte, organizou um poderoso exército e invadiu o Egito, porém de súbito sua tropa foi surpreendida pelas forças selvagens da Natureza, e todo o exército foi tragado por uma grande tempestade, e ele tomou para a sua terra derrotado. O sentido geral deste versículo e do versículo anterior é bastante claro: o primeiro ataque foi contra a fortaleza, capital do Sul (Egito), e Seleuco Calínicos foi bem sucedido nesse ataque, o que permitiu que o exército sírio voltasse para sua terra com grandes despojos.
Agora, porém, numa nova tentativa da parte de Seleuco, tudo se inverteu e a batalha se tornou cheia de represálias, e ele voltou para sua terra completamente derrotado. Este monarca (Seleuco) morreu logo a seguir, e seus filhos lhe deram continuidade nas batalhas que depois se travaram. 11.10:
“Mas seus filhos intervirão e reunirão grande nú­ mero de exércitos: e um deles virá apressadam ente, e inundará, e passará; e, voltando, levará a guerra até à sua fortaleza”. "... seus filhos intervirão...” O presente versículo põe em foco os dois (2) filhos de Seleuco e também suas conquistas contra o Egito governado pelos Ptolomeus. Segundo o testemunho histórico ligado a estes acontecimentos, os dois filhos de Seleuco Calínicos, foram Seleuco III e Antíoco, o Grande. "... um deles...” Segundo o doutor Amo C. Gabelein:
“Um deles [do texto em foco], refere-se ao príncipe Seleuco Cerauno III, que, após se tornar forte e ver consolidado o poder do Império Selêucida em suas mãos, começou a vibrar golpes formidáveis nas províncias do Egito, situadas 204na Ásia Menor”. O segundo filho deste rei do Norte é Antíoco III, que também é chamado de Antíoco, o Grande. Ele era ambicioso: quis consumar os planos de seu pai, que, em resumo, era tomar e subjugar a Palestina, mormente a terra de Israel. A frente de numeroso exército, entrou em Jerusalém, sendo aclamado pelos judeus de libertador. Aproveitando a oportunidade de eles estarem fora de sua terra (a Síria),
Ptolomeu Epifânio mandou o seu general Scopas para combater os sírios. Travou-se uma sangrenta batalha, mas os egípcios foram derrotados. Assim, nesta grande investida contra o Egito em territórios da Palestina, Antíoco III levou a “guerra” até a fortaleza de Gaza, nas margens do Mediterrâneo. 11.11:
“Então orei do Sul se exasperará e sairá, e pelejará contra ele, contra o rei do Norte: ele porá em campo grande m ultidão, e a m ultidão será entregue na sua mão”. “... o rei do Sul...” O rei do Sul, nesta colocação, é Ptolomeu Filopater; realmente, a História afirma o que diz a profecia divina. Em 217 a.C., esta profecia cumpriu-se como estava vaticinada.
O rei do Sul, Ptolomeu Filopater, organizando um grande e poderoso exército, invadiu de sú­ bito a Síria (o reino do Norte), e Antíoco, o Grande, foi ao seu encontro com uma “grande m ultidão” de patrícios, mas Ptolomeu e seu exército foram mais poderosos do que ele, e a multidão foi “entregue na sua mão” como de fato predisse o profeta do Senhor.
Esta guerra teve lugar no seu quinto ano de governo, e Ptolomeu se viu obrigado a fazer uma guerra contra Antíoco III da Síria, por lhe ter tomado a Palestina. Os sírios, depois de encarniçada luta, foram derrotados em Ráfia. Filopater, valendo-se do ensejo de estar em Jerusalém, quis entrar no templo. Os judeus em coro começaram a gritar e a protestar contra esse abuso. Filopater desistiu de entrar no templo, mas começou a odiar os judeus.
 Morreu no ano 205 a.C. 11.12: “E, aumentando a multidão, o seu coração se exaltará; m as, ainda que derribará m uitos m ilhares, não prevalecerá”. “O seu coração se exaltará”. O presente versículo ainda continua descrevendo as grandes façanhas de Ptolomeu Filopater, rei do Egito. O povo do Egito, tendo cobrado â- 205nimo, ajuntou-se a ele, e o fraco Ptolomeu tornou-se forte pela união de sua gente. Refere-se aqui outra vez a sua vitória contra o reino do Norte. Foi ganha em Ráfia. Ele, após esta grande vitória, levou prisioneiro o exército sírio, que, junto ao seu, tornou-se o maior exército daqueles dias.
Ele podia ter-se valido desta vitória, mas não a aproveitou. Seu coração se exaltou e ele, como diz a profecia, foi traído pela sua vaidade e pelo seu orgulho, entregando-se a uma vida de luxúria e devassidão.
E ste monarca faz-nos lembrar do anjo da igreja de Laodicéia, que, após ter alcançado o grande favor da parte de Deus, exaltou-se dizendo: “Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta [a resposta divina:] e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu” (Ap 3.17). 11.13: “Porque o rei do N orte tornará, e porá em campo uma multidão, maior do que a prim eira, e, ao cabo de tem ­ pos, isto é, de anos, virá à pressa, com grande exército e com muita fazenda”.
 “E, ao cabo de tempos, isto é, de anos”. O acontecimento vaticinado no presente versículo acontecerá cerca de quatorze anos depois da invasão do reino do Norte por Ptolomeu Filopater, rei do Egito. Sabendo, por informa­ ções desta invasão, Antíoco o Grande, ajuntou um vasto e poderoso exército “maior do que o primeiro” e, aproveitando da morte de Ptolomeu Filopater, invadiu o Egito, quando se encontrava no trono o infante Ptolomeu Epifânio, moço tenro, que não pôde resistir a Antíoco e sua grande “multidão”. (Ver o verso 15 deste capítulo).
 Após ter conquistado o Egito, Antíoco, furioso, invadiu novamente a Palestina. Os egípcios prepararam então seus exércitos, comandados pelo general Scopas, que tratou os judeus com grande tirania. Mas suas forças foram derrotadas no vale do Jordão, em um lugar chamado Paneas. Antíoco, então, entrou em Jerusalém, e foi recebido pelos judeus como libertador.
Antíoco deu aos judeus, naquela oportunidade, uma verba para os sacrifícios do templo do Senhor. 11.14: “E, naqueles tempos, m uitos se levantarão contra o rei do Sul; e os filhos dos prevaricadores do teu povo se levantarão para confirmar a visão; m as eles cairão”. 206"... os filhos dos prevaricadores...”
O presente texto e a História secular nos dizem que, nesta invasão, Antíoco o Grande não estava só; muitos se uniram a ele “contra o rei do Sul”. Um destes aliados foi Filipe (não o Grande da Macedônia). Este versículo faz, pela primeira vez, referência à nação israelita, em cuja terra muitas dessas atividades m ilitares tiveram lugar. "... dos prevaricadores...”
 O texto em foco fala dos judeus helenistas que moravam no Egito. Josefo nos diz que eles se aproveitaram da invasão Siro-macedônia e se aliaram a Antíoco, confirmando, assim, “a visão”. Alguns destes “prevaricadores” eram talvez os do partido de um tal Tobias Amonita. Eles preferiram favorecer os selêucidas da Síria (Flávio Josefo, Ant. 12.4, 6).
 Com esta adesão do partido dos “prevaricadores”, cumpriu-se a visão, mas eles caíram, e o povo sofreu as conseqüências da conduta hostil dos selêucidas. 11.15: “E o rei do Norte virá, e levantará baluartes, e tomará a cidade forte; e os braços do Sul não poderão subsistir, nem o seu povo escolhido, pois não haverá força que possa su bsistir”. "... o rei do Norte...”
Este rei do Norte, de que fala o texto, foi Antíoco, o Grande; ele sitiou o Egito de todos os lados nesta investida, levantando baluartes e bloqueando todas as saídas do país, mas o seu alvo era tomar a Capital, “a cidade forte”, de que fala o texto, e que foi realmente tomada; “o seu povo escolhido” (o exército) de Ptolomeu Epifânio não pôde resistir nem “permanecer diante dele”, e foram subjugados e destruídos.
Após esta nova investida de Antíoco contra o Egito, ele se preparou novamente com um grande e poderoso exército, para invadir outra vez o Egito, susteve, entretanto, o plano diante de um aviso dos romanos, uma espécie de “ultimatum ” destes ao déspota da Síria. Então, Antíoco, ao invés de combater os egípcios, deu em casamento a Ptolomeu sua filha Cleópatra, prometendo-lhe Celesíria, Fenícia e a Palestina como dote. Nada disso cumpriu. 11.16:
“O que pois há de vir contra ele fará segundo a sua vontade, e ninguém poderá perm anecer diante dele; e estará na terra gloriosa, e por sua mão se fará destruição”. 207"... terra gloriosa”.
 Novamente a grande profecia sobre os quatro impérios de conotação mundial muda de posição geográfica; e a terra gloriosa (Israel) entra em foco. No capítulo oito (8) versículo nove (9) deste livro, o profeta diz que aquela “ponta pequena” do bode peludo “cresceu muito para o Meio-dia, e para o Oriente, e para a terra formosa”.
 Isso significa que aquela ponta cresceu muito para o Egito e Mesopotâmia, e, como nos é dito no presente, ela se estendeu para a “terra formosa” ou “gloriosa” (Dn 8.9; 11.16).
Todos os estudiosos da Bíblia concordam em que a “terra formosa” ou “gloriosa” é a terra de Israel, pela sua fertilidade e excelência: “... uma terra que mana leite e mel, e é a glória de todas as terras” (Ez 20.6). Ela é descrita pelo profeta Zacarias como sendo uma “terra desejada” (Zc 7.14).
Esta invasão da terra gloriosa resultou dos judeus helenistas que tomaram parte com Antíoco na invasão do Egito; eles achavam em Antíoco um grande libertador, mas se enganaram, pois seu alvo era tomar a cidade de Jerusalém, em razão de esta ser considerada “uma fortaleza natural” (1 Cr 11.5). 11.17:
“E porá o seu rosto, para vir com a força de todo o seu reino, e com ele os retos, e fará o que lhe aprouver: e lhe dará uma filha das mulheres, para a corromper; m as ela não subsistirá, nem será para ele”. “... uma filha das m ulheres”. A grande profecia continua descrevendo o que ia acontecendo no tempo e na H istória. Novamente Antíoco põe “o seu rosto (contra o Egito), para vir com a força de todo o seu reino”. Os fatos e a História, dizem que Ptolomeu Epifânio, desta vez, não saiu à batalha, mas mandou seu general Scopas a combatê-lo.
 Travou-se uma sangrenta batalha e os egípcios foram derrotados nesta peleja. Antíoco, aproveitando-se da derrota dos exércitos de Ptolomeu Epifânio, prepara uma nova investida, como já ficou demonstrado no versículo quinze  15.
 Sendo, porém, advertidos pelos romanos, desistiu deste intento; e, tomando a princesa Cleópatra, sua filha, deu-a em casamento a Ptolomeu; mas, como no tratado anterior entre Ptolomeu II e Antíoco Theos, que fizeram aliança através do casamento deste com a princesa Berenice, filha de Ptolomeu II, este casa- 208 mento também terminou em nada.
O leitor deve observar que, na parte “b” deste versículo, diz que Cleópatra, era “filha das mulheres”.
 O doutor Amo C. Gabelein, assim descreve a respeito de Cleópatra: “Cleópatra, é assim chamada, em razão de ela ser naquela época muito jovem, encontrando-se aos cuidados de ‘sua mãe e avó’”. (Comp. com 2 Tm 1.5). 11.18: “Depois virará o seu rosto para as ilhas, e tomará m uitas; m as um príncipe fará cessar o seu opróbrio contra ele, e ainda fará tornar sobre ele o seu opróbrio”. “... as ilhas”.
 A palavra “ilha” ou “ilhas” encontra-se cerca de trinta e oito vezes nas Escrituras e, em alguns dos lugares onde aparece pode ser traduzida por “AI”. Os antigos usavam esta palavra “AI” como “terra costeira” ou, no sentido hodierno de continente. Era um termo designativo das grandes civilizações gentílicas do outro lado do mar. A do texto em foco, sem dúvida, refere-se às que margeavam o pequeno “continente” da Ásia Menor.
Elas foram realmente conquistadas pelo poderoso monarca Antíoco. “... um príncipe...” De acordo com o testemunho, tanto histórico como profético, tudo aconteceu exatamente como predissera a profecia do “homem vestido de linho”. Antíoco, o Grande, nas suas conquistas, excedeu-se, e isso come­ çou a trazer “opróbrio” aos romanos; e o “príncipe”, do presente texto, que fez cessar o seu “opróbrio”, foi Cipião Asiático. Literalmente, este “príncipe” é também chamado de “capitão”. Ele marchou sobre a Síria (o reino do Norte); travou-se, então, renhida batalha em M agnísia, em 190 a.C., onde Antíoco III foi derrotado e feito tributá­ rio dos romanos; assim, o “príncipe”, de que fala a profecia, fez “cessar o seu opróbrio”.
Antíoco, indignado, virouse, então, para as principais capitais (fortalezas) existentes naqueles dias, para tomá-las de improviso. 11.19: “Virará então o seu rosto para as fortalezas da sua própria terra, m as tropeçará, e cairá, e não será achado”. “... para as fortalezas...”Antíoco chegou de volta à sua terra, depois de ser repreendido pelos romanos; muito envergonhado, e para se vingar da sua própria derrota, rouba o templo de Belos, em Elimas, e, sendo acusado pelos próprios generais do seu povo, volta o seu rosto contra as cida-des principais para reduzi-las à destruição. A ambição des-te monarca selêuco sempre o fazia sair à busca de mais conquistas.
Ele conquistou as “ilhas” de que fala o versí­culo 18 deste capítulo, tradicionalmente as terras do mar Mediterrâneo, incluindo as ilhas gregas do mar Egeu. A sua ignominiosa retirada e o seu repentino desaparecimento de cena mostram a estupidez de sua própria ambição e megalomania desenfreada. Com a morte deste monarca, conhecido por Antíoco III, o trono da Síria foi ocupado por seu filho, que veio a ser conhecido no cenário mundial por Antíoco IV.
 Um dos seus primeiros atos, após subir ao trono, foi trocar o seu irmão Antíoco, que estava em Roma como refém, por seu próprio filho. Seu nome, Antíoco IV, foi traduzido por Antíoco Epifânio, “o homem vil”, descrito no versículo vinte e um (21) deste capítulo. 11.20:
“E em seu lugar se levantará quem fará passar um arrecadador pela glória real; m as em poucos dias será quebrantado, e isto sem ira e sem batalha”. "... em seu lugar se levantará...” Este personagem Seleuco, que se levantou em lugar de Antíoco III, foi sem dú­vida Seleuco Filopater. Ele era conhecido como um exator de impostos. Tinha má fama entre os judeus devido às suas exações. Segundo o testemunho dos séculos e a profecia divina, tudo aconteceu como de fato está dito aqui; ele fez passar um “arrecadador”, por toda a glória real, chamado Hilidoro, para cobrar impostos em todo o seu domí­ nio. Depois, um vassalo seu o envenenou e ele foi morto (quebrantado) “sem ira e sem batalha”, como diz o texto em foco.
O autor sagrado apresenta certos verbos, para acentuar, ao longo de toda esta predição de eventos futuros, como: “se levantará”, “não poderão subsistir”, “fará destruição”, etc. Como já ficou demonstrado acima, este versículo encerra a morte do exator, isto é, de Seleuco Filopater, universalm ente identificado como Seleuco IV; quando ele assumiu o governo, encontrou o país cheio de dívidas às quais não tinha condições de saldar.
Ele foi morto em conseqüência de uma conspiração encabeçada pelo seu ministro, o próprio Hilidoro a quem nomeara. 21011.21: “Depois se levantará em seu lugar um homem vil, ao qual não tinham dado a dignidade real, m as ele virá ca-ladamente, e tomará o reino com engano”. "... um homem viF. Chegamos agora, no que tange à jornada profética, aos tempos sombrios das atrocidades de “Antíoco Epifânio”, filho de Antíoco, o Grande, rei do reino do Norte.
Este monarca Seleuco foi, em sua geração, uma figura do verdadeiro Anticristo, “...o homem do pecado, o filho da perdição” (2 Ts 2.3).
Antíoco pediu soldados e recursos ao rei de Pérgamo e apossou-se do reino da Síria. Começou a reinar com o nome de Antíoco IV ou Epifânio (ilustre), em 175 a.C. Governou onze (11) anos, depois morreu, em 164 a.C. Antíoco passou quatorze (14) anos como refém em Roma. Foi o grande perseguidor dos judeus na Palestina. No seu governo começou a revolta dos Macabeus, narrada no primeiro e segundo livros dos Macabeus.
Este “homem vil”, do texto em foco, foi talvez em sua geração, o homem mais desprezível narrado nesta profecia. Dez versículos deste capítulo são reservados para a descri­ ção dele. Saíram dele “uns braços” que profanaram o santuário, e tiraram o contínuo sacrifício estabelecido pela lei cerimonial. (Ver v. 31).
Este homem vil não tinha realmente a “dignidade real”, por ser apenas um filho menor de Antíoco, o Grande. Obteve, entretanto, a coroa por astúcia e por “engano”. Ele é o pequeno chifre descrito por Daniel no capítulo oito (8) deste livro. 11.22: “E com os braços de uma inundação serão arrancados de diante dele; e serão quebrantados, como também o príncipe do concerto”. “... os braços de uma inundação...”
 Antíoco Epifânio após conquistar o que desejava seu coração, a única força que sempre lhe apresentava resistência era o Egito. Então, com astúcia (essa era, na maioria das vezes, sua arma predileta), fingiu um “concerto” com o sobrinho de Ptolomeu Filopater, e depois deste tratado de paz (fingida), ele veio “caladamente como uma inundação” e tomou os “lugares mais férteis da província”, e depois revoltou-se também contra o “príncipe do concerto”. Sobre este “príncipe” da aliança há várias opiniões, mas possivelmente uma se coaduna com o sentido principal:
 1) Se o artigo fosse indefinido, como “um príncipe do concerto” ou “um príncipe da aliança”, poderia bem se referir a um rei secular com o qual Antíoco teria feito uma aliança de guerra; ou a um sumo sacerdote escolhido dentre os homens nos termos da aliança de Deus. (Ver Ml 2.7-8). 2)
A luz da história, é usualmente preferido como sendo o “príncipe do concerto”, o sumo-sacerdote Onias III, deposto em 175 e assassinado em conseqüência de intrigas feitas contra ele em 171 a.C. 3) O nosso ponto de vista nesta interpretação é: “o príncipe do concerto” do texto em foco, refere-se a Ptolomeu Filopater, sobrinho do próprio Antíoco, segundo algumas autoridades no assunto. 11.23: “E, depois do concerto com ele, usará de engano; e subirá, e será fortalecido com pouca gente”. Tudo realmente aconteceu como predissera a profecia;
Antíoco fez uma aliança com o monarca egípcio, mas sem a mínima intenção de observá-la, o que lhe seria inconveniente, motivado que estava somente pelo desejo do seu próprio engrandecimento. Depois de ele ter ganho a inteira confiança de Ptolomeu Filopater, veio “caladamente” com pouca gente (para não despertar a atenção) e traiu a Ptolomeu e sua gente.
N esta investida contra o reino do Sul (Egito), embora os seus colaboradores fossem pouca gente, ele teve êxito total, e penetrou nas fontes de riquezas do Egito; tudo ali foi despojado, sendo distribuído com aqueles que deram apoio à sua intervenção e astúcia.
 Josefo  historiador hebreu,diz que ele teve planos, nesta sua investida, para tomar mais outras cidades lucrativas e subjugá-las.
O Deus vivo, a quem tanto ele tinha desafiado, interveio contra a sua obstinada tirania. Ele porém, frustrado nesta aventura, saiu “caladamente” para tomar as províncias sujeitas ao governo de Ptolomeu Filopater, rei do Egito. 11.24: “Virá tam bém caladam ente aos lugares m ais férteis da província, e fará o que nunca fizeram seus pais, nem os pais de seus pais; repartirá entre eles a presa e os despojos, e a riqueza, e formará os seus projetos contra as fortalezas, m as por certo tem po”. “Virá... caladam ente...” Políbio, citado por Rodrigues - Op. Cit., II Vol., pág 387, descreve o caráter traiçoeiro de Antíoco Epifânio:
 “Ele, com um ou dois companheiros,comparecia repentinamente aqui e ali; chegando sempre de surpresa. Freqüentava oficinas de ourives e prateiros, conversando com os artesãos aos quais desejava inculcar o seu conhecimento e amor à arte. As vezes, comparecia, de repente, às reuniões, mas a sua presença causava medo e todos fugiam.
 Uma das suas manias era dar presente aos que via pela primeira vez”. Nesta guerra contra Ptolomeu, descrita neste versículo, ele tomou os “lugares mais férteis da província”. Segundo a profecia e a história, os lugares por ele tomados foram:
 1) Pelusio. 2) Naucratia.
3) Alexandria. Tomou também as fortalezas do Egito; projetou estabelecer nelas grandes baluartes de defesas naturais contra possíveis inimigos, em virtude desses lugares estratégicos serem verdadeiras fortalezas de guerras. 11.25:
“E suscitará a sua força, e o seu coração contra o rei do Sul, com um grande exército, e o rei do Sul se envolverá na guerra com um grande e m ui poderoso exército; m as não subsistirá, porque formarão projetos contra ele”.
 O personagem descrito no presente texto é ainda Antíoco Epifânio, e o rei do Sul, de que fala a profecia, é Ptolomeu Phiscon; ele tinha realmente um grande e poderoso exército em torno de si e podia, como diz a História, vencer o próprio Antíoco Epifânio; mas foi frustrado seu plano, em razão de, em seu próprio exército e arraial, existir trai­ção. De ambos os lados existia grande multidão, os dois exércitos eram numerosos como a areia do mar. Outrossim, a ambição predominava, e o rei do Sul (Egito) foi o mais envolvido”.
A profecia já tinha previsto tudo isso quando diz: "... o rei do Sul se envolverá na guerra com um grande e mui poderoso exército; mas não subsistirá”. A causa deste “envolvimento” foi que ele determinou que seu reino fosse incorporado ao grande império do rei do Norte (Síria), e, por causa disto, a oposição cresceu entre seus próprios generais; assim, o rei do Egito foi traído por aqueles que comiam de seus manjares. 11.26:
“E os que comerem os seus manjares o quebrantarão; e o exército dele se derram ará, e cairão m uitos traspassados”.
O presente versículo e mais quatro que o seguem, neste capítulo, continuam descrevendo o caráter sombrio de Antíoco Epifânio, falando de rumores de guerra entre estas duas potências: a do Sul (Egito) e a do Norte (Síria). Durante alguns anos, os Ptolomeus e Selêucidas fizeram vá­ rios tratados, com a finalidade de encontrarem a paz entre os dois países, mas seus corações tinham um só intento: enganar um ao outro.
Podemos observar que, dos versículos 25 a 28, o autor sagrado, o profeta Daniel, como recipiendário da visão, descreve, em síntese, as primeiras campanhas guerreiras de Antíoco contra o Egito, fala também de uma campanha na qual Ptolomeu (egípcio), e os seus não puderam resistir, em virtude da traição existente entre seus próprios generais, como já ficou demonstrado; eles deveriam tê-lo apoiado.
A traição é inimiga do triunfo, mas os traiçoeiros sem ­ pre cairão nas malhas da própria traição. 11.27: “Também estes dois reis terão o coração atento para fazerem o m al, e a uma m esm a mesa falarão a m en tira; ela, porém , não prosperará, porque o fim há de ser no tempo determinado”. "... uma m esm a m esa falarão a m entira”. Podemos observar como estes dois monarcas fizeram da “mentira seu próprio refúgio”.
 Mas todos sabem que “mentira gera mentira”. (Comp. com SI 42.7). Mas ela não prevalecerá. Somente a verdade permanece e o fim das mentiras virá, como diz a profecia, no tempo determinado. Estes dois reis (do Norte e do Sul), segundo o doutor Amo C. Gabelein, são ainda Antíoco e Ptolomeu Filopater.
 Eles realmente fizeram vários tratados, mas sempre mentiram um ao outro: seus corações eram atentos só para fazer o mal. O que ocasionou esta aliança de Antíoco com Ptolomeu foi ter sido este derrotado; então decidiu aproximar-se de Antíoco Epifânio e ambos mantiveram uma paz aparente e, assentados a mesma mesa, falavam a mentira, pois nenhum nem outro cumpriu aquilo que tinha sido estabelecido no tratado de paz. 11.28:
“Então tornará para a sua terra com grande riqueza, e o seu coração será contra o santo concerto; e fará o que lhe aprouver, e tornará para a sua terra"... o santo concerto”.
O presente versículo, faz alusão a todas as tiranias de Antíoco Epifânio contra o povo judeu, cujos dados históricos se encontram narrados no primeiro e segundo livros de Macabeus. A história nos diz (confirmando a profecia) que, em 168 a.C., ele, Antíoco, voltou da sua expedição com grande riqueza. Então marchou para a Judéia e praticou grandes atrocidades ali.
 Na viagem de volta, ao atravessar a Palestina, com o coração contrário ao Santo Concerto, saqueou o templo de Jerusalém, deixando na cidade uma guarnição síria.
 No primeiro e segundo livros dos Macabeus, lemos de suas tiranias contra o Santo Concerto e o povo escolhido. Muitas de suas atrocidades foram frustradas por intervenção divina; então ele, muito indignado, voltou “para sua terra”, isto é, voltou para a sua cidade: a Capital, Antioquia. 11.29:
“No tempo determinado, tornará a vir contra o Sul; mas não será na Ultima vez como foi na prim eira”. "... na última vez...”
Podemos observar que, na “última jornada profética”, o grande servo de Deus, Daniel, descreve a “última batalha” destes dois reinos, no que tange ao tempo passado. Aqui, portanto, encontramos as campanhas finais destes monarcas ptolomaicos e selêucidas. Aparentemente, haveria ainda uma outra batalha, mas sobre esta o profeta faz silêncio.
 Deve-se notar, evidentemente, que o relato inteiro destas sete batalhas sucessivas é transcrito no tempo verbal futuro, mas sua veracidade e autenticidade é infalível e imortal.
Segundo o “homem vestido de linho” esses acontecimentos ainda não se haviam desenrolados, mas deveriam ocorrer no futuro. O relato deste homem de Deus, por conseguinte, apresenta-nos um sublime e verdadeiro quadro genuíno em cada detalhe.
É uma predição divina. 11.30: “Porque virão contra ele navios de Quitim, que lhe causarão tristeza; e voltará, e se indignará contra o santo concerto, e fará como lhe apraz; e ainda voltará e atenderá aos que tiverem desamparado o santo concerto”.
 O presente versículo coloca o Império Romano em ação. Os navios de Quitim (ilha de Chipre) são a força romana que o impeliu à cidade de Alexandria, no Egito. Quando Antíoco estava a pouca distância dessa cidade, ouviu dizer que a frota romana tinha chegado, e ele audacioso, foi cumprimentar os chefes da esquadra.
 Entretanto, os romanos entregaram-lhe cartas do Senado Romano, nas quais lhe era ordenado sob pena de desagrado do povo romano, que, ele, Antíoco, terminasse a guerra contra o Egito. Antíoco disse que iria consultar primeiro seus amigos; então Pompilios, um dos legados, com a sua vara, fez um círculo na areia, em volta de Antíoco, e disse que não tentasse sair do círculo sem dar primeiro a resposta. Sentindo-se derrotado, voltou para a Judéia, onde praticou mais perversidades.
Nesta época, muitos dos judeus apóstatas tinham “desamparado o santo concerto” e, aproveitando a passagem de Antíoco por ali, associaram-se com ele. 11.31: “
E sairão a ele (de Antíoco) uns braços, que profanarão o santuário e a fortaleza, e tirarão o contínuo sacrifício, estabelecendo a abominação desoladora”
. A profecia, no que diz respeito aos acontecimentos narrados neste capítulo (versículos 1 a 30), segue mais ou menos uma ordem cronológica na “vereda dos séculos”. (Comp. com Jó 22.15). Mas, de acordo com o que falou nosso Senhor em Mt 24.15 e Mc 13.14, os versículos 31 a 45 não se consolidaram apenas na vida de Antíoco Epifânio, que, de fato, profanou o santuário; cremos que esta profanação, feita por esse monarca seleuco, foi apenas um estádio daquilo que terá lugar na figura sombria do Anticristo, nos dias da Grande Tribulação (2 Ts 2.4). “...a abominação desoladora”. Desejamos apontar para o estudioso do livro do profeta Daniel, uma exposição do doutor Amo C. Gabelien, sobre a abominação desoladora: “No versículo 31 deste capítulo, lemos da ‘abominação desoladora’.
Nosso Senhor, no seu grande discurso escatológico no monte das Oliveiras (Mt 24.15), disse: ‘Quando pois virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, estar no lugar santo; quem lê, atenda’.
 Alguns crêem, que quando nosso Senhor falou estas palavras referiu-se a Dn 11.31 [o texto em foco], e que é isso a ‘abominação desoladora’. Não é assim.
A ‘abominação desoladora’ do versículo 31 é passada, e aconteceu nos dias de Antíoco Epifânio. A ‘abominação desoladora’ a que se refere nosso Senhor, em Mt 24.15 e Mc 13.14, é a mencionada em Dn 12.11, que diz:
‘E desde o tempo em que o contínuo sacrifício for tirado, e posta a abominação desoladora, haverá mil duzentos e noventa dias’. Esta será estabelecida pelo Anticristo, na segunda metade da semana profética de Daniel 9.27".
Nosso ponto de vista, nesta interpretação, é o que está estabelecido no primeiro ponto desta exposi­ ção. profanarão o santuário”. Nos dias de Antíoco, ele fez um decreto em que todo o povo havia de se conformar com a idolatria da Grécia.
 Um grego iníquo foi enviado a sustentar este decreto. Todos os sacrifícios cessaram, e o ritualismo judaico, dado por Deus terminou.
O templo (santuário) foi contaminado com carne de porco... e dedicado a Júpiter Olímpico. A “fortaleza” (a cidade de Jerusalém) foi também profanada. Antíoco enviou um tal Apolônio com mais de 20.000 homens para destruir Jerusalém (a fortaleza de Sião - Cr 11.5). Houve uma multidão de mortos, e mulheres e crianças foram levadas cativas. 11.32: “E aos violadores do concerto ele com lisonjas perverterá, mas o povo que conhece o seu Deus se esforçará e fará proezas”. “... aos violadores...” Nos dias sombrios das atrocidades de Antíoco Epifânio contra o povo escolhido do Senhor, houve alguns judeus incrédulos, que facilitaram sua infiltração na Cidade Santa. No que diz respeito, porém, à grande jornada profética futurística, estes versículos apontam diretamente para “o tempo do fim”.
 A personagem traidora que entra em cena aqui, é sem dúvida o Anticristo. Os violadores do santo concerto são aqueles judeus que por ele serão enganados no início da Grande Tribulação (Dn 9.27). “... o povo que conhece ao seu Deus...”
 Nos dias de Antíoco Epifânio, sem dúvida, este “povo” conhecedor do Deus do Céu, foram os seguidores dos fiéis Macabeus. Nos dias do Anticristo, ele será “o remanescente de Israel”. São os 144.000 pertencentes às doze tribos de Israel (Ap caps. 7 e 14). 11.33:
“E os entendidos entre o povo ensinarão a m uitos; todavia cairão pela espada, e pelo fogo, e pelo cativeiro, e pelo roubo, por muitos dias’.
Podemos ver, no presente texto, uma referência às duas testem unhas escatológicas dos dias sombrios da Grande Tribulação (Ap cap. 11). Eles realmente naqueles dias de tantas trevas ensinarão a muitos, mas depois serão mortas pela espada ferina da Besta que subiu do mar (Abismo - Ap 11.7), para que o seu testemunho tenha um maior valor. (Comp. Hb 9.17). Daniel e seus amigos haviam sido livrados e preservados da morte por intervenção divina (Dn 3 e 6), mas nem sempre esta é a vontade de Deus para com seus filhos.
Assim, espada, fogo, cativeiro e roubo são um sumário dos sofrimentos dos homens e mulheres fiéis até hoje em todas as partes do mundo. O próprio Filho de Deus, antes de sua partida para estar com o Pai, nos adverte:
“Então vos hão de entregar para serdes atormentados [especialmente os fiéis do tempo da tribulação], e matar-vos-ão, e sereis odiados de todas as gentes por causa do meu nome” (Mt 24.9). 11.34: “E, caindo eles, serão ajudados com pequeno socorro; m as muitos se ajuntarão a eles com lisonjas”. Admite-se que esta profecia, no que diz respeito ao seu primeiro estádio, refere-se aos fiéis Macabeus, que, usados por Deus, serviram como instrumentos para levantarem o ânimo dos judeus desanimados, perseguidos por Antíoco Epifânio, descendente dos monarcas selêucidas.
Mas, evidentemente, todos concordam em que Antíoco foi uma figura do verdadeiro Anticristo, e, assim, esta grande profecia terá sua total consolidação no “tempo do fim”. Naqueles dias também haverá fiéis, que desafiarão o poder hostil da Besta, mesmo que isso lhes custe a própria vida. (Ver Ap 6.9-10).
O autor sagrado, Daniel, enquanto registrava estas palavras do mensageiro celeste, observava que a perseguição, tem o seu próprio propósito, dentro do plano de Deus, de purificação, e refinação do seu povo, mas, no devido tempo, que Ele para si designou, dará fim a toda e qualquer prova ou perseguição contra o seu povo. 11.35: “E alguns dos entendidos cairão para serem provados, e purificados, e em branquecidos, até o fim do tem ­ po, porque será ainda no tem po determ inado”. “... alguns dos entendidos cairão...”
 O texto em foco nos faz lembrar o que Paulo escreveu em Rm 8.28: “E sabemos 218que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto”.
 E evidente, que, qualquer correção de Deus, momentaneamente, parece desagradável para aquele que está sendo corrigido, mas “depois” produzirá um “peso de glória” (Hb 12.11). E certo que a morte de Antíoco Epifânio não pôs fim às lutas contra o povo escolhido, pois os seus sucessores continuaram a batalha pela dominação da Palestina.
 Mas, é evidente que, durante estes anos, os fiéis Macabeus conseguiram arregimentar todos os elementos fiéis às tradições judaicas e formar um poderoso exército, para se defrontar com o exército sírio. Eis uma das razões por que Deus permitiu tal perseguição ao seu povo: eles precisavam ser purificados e embranquecidos. "... ao fim do tempo”.
 Há quinze alusões no livro de Daniel sobre “o tempo do fim”, cinco delas neste capítulo. Esse tempo do fim é a septuagésima semana de Daniel 9.27, com especial referência à segunda metade dela. Mas a expressão é também aplicada à época do Evangelho de Cristo (Hb 1.3), à época do Espírito Santo (At 2.17), e também aos “últimos dias maus” (2 Tm 3.1). 11.36: “E este rei fará conforme a sua vontade, e se levantará, e se engrandecerá sobre todo o deus; e contra o Deus dos deuses falará coisas maravilhosas, e será próspero, até que a ira se complete; porque aquilo que está determinado será feito”.
O leitor deve observar que os versículos 36 a 45, do presente capítulo, se revestem de particular interesse para os estudiosos da Bíblia. Muitos expositores acreditam que eles dão prosseguimento à descrição a respeito de Antíoco Epifânio e suas atrocidades.
Mas, é evidente que há certas dificuldades nesta posição, em razão da morte deste monarca selêucida ter sido diferente da que fala o texto.
A possível interpretação mantida pela tradição mais antiga e pelos pais da Igreja cristã era a de que esses versículos, sendo aplicados ao “tempo do fim”, apontam claramente para o Anticristo. Assim sendo, o texto em foco demonstra claramente ser o Anticristo a antítese do verdadeiro Cristo; Jesus é Justo, ele será o iníquo; Jesus, ao entrar no mundo, disse ao Pai: “Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade” (Hb 10.9), do Anticristo está dito aqui no presente texto, que ele “fará conforme a sua vontade”. O Senhor Jesus é o Filho de Deus; ele será “o filho da perdi­ção” (2 Ts 2.3).
O texto em foco, fala-nos também que este monstro hediondo “falará coisas maravilhosas”. Isto é, abrirá a sua boca em blasfêmia contra Deus e seu taberná­culo.
O Anticristo blasfemará dos “poderes superiores”, ridicularizando a própria existência de Deus. 11.37: “E não terá respeito aos deuses de seus pais, nem terá respeito ao am or das m ulheres, nem a qualquer deus, porque sobre tudo se engrandecerá”.
O presente versículo e outros correlatos descrevem realmente como será o Anticristo: será um homem comum, nascido de uma mulher mas diferente de todos. Sua religião será também diferente; ela só trará glória para ele e mais ninguém.
Em Ap 13.4, nos é dito que ele será adorado. Sua falsa religião, que o proclamará como deus, será exercida pelo falso profeta de Ap 13.11: ele é a Besta que saiu da terra.
Neste ponto de vista, a autoridade da Besta é geograficamente extensa; é mundial sobre cada tribo, povo, língua e nação.
A exemplo dos Césares do antigo Impé­rio Romano, ela exigirá adoração universal. Devemos ainda salientar que três coisas a ajudarão em sua popularidade religiosa: 1) O número. 2) O sinal. 3) O nome.
 O primeiro virá do mundo comercial; o segundo do mundo religioso; e o terceiro do mundo político (Ap 13.17, 18). “N em terá respeito ao amor das mulheres”.
Dois pontos de vista, são considerados nesta interpretação do presente texto:
1) Não terá respeito pelo deus Tamuz, que era considerado como sendo “o desejo das mulheres” (Ez 8.14).
 Esse era o deus da vegetação; segundo uma tradição, ele morria no tempo de grandes calores e ressuscitava na primavera.
Era lamentado pelas mulheres por ser o deus da fecundidade. Na Síria e no Egito havia um ritual semelhante associado, respectivamente, com Adonis e Osíris.
2) Aprofundando agora o tema principal do ateísmo desta figura sombria, o autor sagrado faz uma descrição concernente à sua falta de consideração para com as tradições e preceitos familiares.
 Ele não terá respeito à família por ter sido estabelecida por Deus (2 Ts 2.4). 22011.38: “M as ao deus das fortalezas honrará em seu lu gar: e a um deus a quem seus pais não conheceram honrará com ouro, e com prata, e com pedras preciosas, e com coisas agradáveis”. "... ao deus das fortalezas...” Dois pontos de vista devem ser analisados na exposição do presente texto: ]
1) Se o “deus das fortalezas” era o nome de um deus, isso se refere, provavelmente a Apoio e depois a Zeus. Essa interpretação tem seu apoio no ponto de vista histórico, porém, o sentido pode ser outro: O deus das fortalezas a quem seus pais não conheceram, é, sem dúvida alguma, o “deus deste século” (2 Co 4.4).
O apóstolo Paulo falou em 2 Coríntios capítulo 10.4 de “fortalezas espirituais”, quando disse: “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus, para destruição das fortalezas”. Essa interpretação do ponto de vista espiritual e profético coaduna-se muito com o argumento e tese principal (comp. Ap 13.2 e ss.).
O Anticristo será um agente do próprio Satanás; seu governo será também segundo a eficácia (energia, ou operação interna) de Satanás, com todo o poder, sinais e prodígios de mentira. 11.39:
 “E haver-se-á com os castelos com o auxílio do deus estranho; aos que o reconhecerem multiplicará a honra, e os fará reinar sobre muitos, e repartirá a terra por pre­ço”.
O leitor deve observar que o autor sagrado, não fala neste capítulo, apenas do ponto de vista histórico, mas profético; mesmo que a predição devesse ser aplicada a um monarca seleuco, isto é, a Antíoco como o primeiro opressor; mesmo assim, aparece dentro da cena uma figura futura que estabelece a si mesma como sendo o próprio personagem central no grande cenário mundial. "... os castelos...” O presente versículo continua sua descrição na jornada profética sobre o “homem do pecado, o filho da perdição”.
 Ele realmente conquistará todos os governantes humanos em troca de falsas promessas. Ele será inspirado por uma forma espiritual, uma força do mal, pois terá o “auxílio do deus estranho” (o Diabo), Ap 13.2.
Concomitantemente, multiplicará a honra e o poder de seus aliados (os dez reis escatológicos vistos nos caps. 2217.7, 20 de Daniel; 13.1 de Apocalipse).
Eles o reconhecerão como sendo o “homem -chave” para resolver todos os problemas da humanidade; mas tudo isso não passará de uma grande farsa; ele os enganará e todos se tornarão suas presas. 11.40: “
E, no fim do tem po, o rei do Sul lutará com ele, e o rei do Norte o acometerá com carros, e com cavaleiros, e com m uitos navios; e entrará nas terras, e as inundará, e passará”.
 Este versículo e outros correlatos neste capítulo, nos mostram o ressurgimento do povo egípcio com grande poder militar no tempo do fim. Mas, eles, os egípcios serão também tragados pelo império brutal do homem do pecado.
Este versículo é realmente futurístico, ele aponta diretamente para o “tempo do fim”. O autor sagrado deixa de escrever a história e olha para diante, para descrever como o tirano Anticristo encontrará o seu fim (v. 45).
Como evidência para isso, é destacado que há m uitas menções de acontecimentos registrados na história, que tiveram lugar na parte final deste capítulo, tais como a conquista do Egito e a batalha entre o mar Mediterrâneo e o monte Sião. Também não pode ser mais Antíoco Epifânio, pois ele não morreu na Palestina, mas na Síria, como testemunha Políbio.
O personagem descrito nestes versículos finais é sem dúvida o Anticristo; ele encontrará o seu fim, de fato na á- rea mencionada, isto é, na grande planície, que fica entre o Jordão e o Mediterrâneo, denominada de Armagedom (Dn 11.45; Ap 16.16; 19.20). 11.41:
“E entrará também na terra gloriosa, e m uitos países serão derribados, m as escaparão da sua mão estes: Edom e Moabe, e as prim ícias dos filhos de Amom ”.
“Edom e Moabe, e as primícias dos filhos de Amom”.
 Durante o tempo da Grande Tribulação haverá uma área demarcada por Deus, diante da face do destruidor. Esta á- rea servirá de “refúgio” para o seu povo: o remanescente. Tanto no Antigo como no Novo Testamento, esse lugar de “refúgio” tem vários nomes:
1) O lugar preparado por D eus (Ap 12.6).
2) O refúgio (Is 16.4).
3) O quarto (Is 26.20).
4) O isolamento (SI 55.5-8), etc. Na simbologia profética, isso significa “o deserto dos povos” (Ez 20.35). Será, sem dúvida, o que está depreendido do presente texto: “
Edom e Moabe, e as prim ícias dos filhos de Amom”.
 Esses países serão os únicos a escaparem da influência do Anticristo.
 O Egito não escapará. Edom ou Iduméia:
 Geograficamente, este país encrava-se na região montanhosa do mar Morto e do golfo de Acaba; estende-se também para dentro da Arábia Pétrea. Moabe:
Encrava-se no Sueste do mar Morto; era separada dos amonitas pelo rio Arnon. Amom:
Encrava-se na região Nordeste do mar Morto; hoje, esses três povos são tribos árabes. (Orígenes). Essa região será demarcada por Deus naqueles dias sombrios da Grande Tribulação e servirá de “refúgio perante a face do destruidor” (Is 16.4).
O monte Sião será também demarcado. (Ver Ob v. 17; Ap 14.1).
Todos esses lugares acima mencionados se transformarão no “deserto de Deus”, preparado para a “mulher” (o Israel Fiel) durante a época da Grande Angústia.
(Ver as seguintes Escrituras sobre este assunto: SI 60.8-12; Is 16.4; 26.20; 64.10; Jr 32.2; 40.11; 48.8, 9; Ez 20.35; Dn 11.41; 12.1; Os 2.14; Ob v. 17, 20; Mt 24.36; Ap 12.6, 13-17).
A “mulher” perseguida e guardada por Deus nessa época representa, sem dúvida, o “remanescente de Israel” (Apocalipse versículo por versículo). 11.42:
“E estenderá a sua mão ás terras, e a terra do Egito não escapará”.
O Anticristo, em sua investida mortal, tomará posse de todas as terras e riquezas do mundo, incluindo os grandes tesouros da terra do Egito.
A Líbia, para o Ocidente, e a Etiópia (Cuxe), ao sul do Egito, serão também por ele alcançadas. O leitor deve observar que, outras Escrituras correlatas com o assunto presente, predizem também a invasão do Egito por um exército no “tempo do fim ” (Ez caps. 29-31).
 O Anticristo se esforçará para conquistar a terra do Egito, e outras nações africanas, com o objetivo de fazer delas “território-ponte”.
“Está predito também o poderoso exército vermelho (a Rússia) vindo sobre o Oriente Médio.
 A Rússia dará com ímpeto sobre os países árabes, e também sobre Israel, num repentino assalto ao Egito, a fim de se apossar do território-ponte...
Depois de investir contra dezenas de milhares de pessoas - diz Daniel - o poderoso exército do Anticristo “estenderá a sua mão às terras, e a terra do Egito não escapará”. Certamente o termo “terras”, do presente texto, refere-se aos países árabes do Oriente Médio. 11.43: “E apoderar-se-á dos tesouros de ouro e de prata, e de todas as coisas desejáveis do Egito; e os líbios e os etíopes o seguirão”. "... os líbios e os etíopes o seguirão”.
Essas duas nações africanas, aliadas ao Anticristo, também ajudarão a Gogue, em sua investida mortal contra Israel (Ez 38.5).
Elas, porém, cairão transpassadas, nas montanhas da Judéia e, concomitantemente, terão um lugar de “sepultura” num vale a leste do mar Morto (Ez 39.11). Líbios. Todos sabemos que, no original hebraico, a palavra “Pute” (Ez 38.5) se traduz por Líbia.
Pute era o terceiro filho de Cão, e, na distribuição das terras, coube-lhe uma porção da África Negra (Gn 10.6). Situação geográfica da Líbia: “
Norte da África. A Líbia limita-se ao norte com o mar Mediterrâneo e tem fronteiras a leste com o Egito, a sudeste com o Sudão e ao sul com o Chade e o Níger, a oeste com a Argélia e a noroeste com a Tunísia”.
Etíopes. Todos sabemos que a palavra “cuze” em Gn 2.13 se traduz por etíopes (ou Etiópia em outras versões). Verdade é que alguns escritores vêem aí uma Etiópia que se encrava entre o Tigre e o Eufrates, e não a descrita em At 8.27.
Mas, de acordo com o texto de Ezequiel 38.5, a palavra “etíope” aí quer dizer “rosto tostado” (Ver Jr 13.23), e ocorre mais de vinte e uma vezes na versão do rei Tiago e, pelo sentido traduzido nessa colocação, refere-se realmente à Etiópia moderna. Sua situação geográfica atual é: “
África Oriental, a Etiópia é limitada ao norte pelo mar Vermelho, a leste pelo Djibuti e pela República da Somália, ao sul pelo Quênia, e a oeste pelo Sudão”.
 Como já ficou demonstrado, essas nações, uma vez conquistadas pelo Anticristo, servirão de “território-ponte” para a invasão do Egito.
E, assim sendo, “o Egito não escapará” (verso 42). 11.44: “Mas os rum ores do Oriente e do N orte o espantarão; e sairá com grande furor, para destruir e extirpar a m uitos”. "... rum ores do O riente e do N orte...”
E stes “rumores” do presente texto, referem-se aos duzentos milhões de cavaleiros mencionados em Ap 9.16. O apóstolo João ouviu o número deles, pois lhe foi impossível contá-los “cremos que, durante os três anos e meio finais da Grande Tribula­ ção, o Anticristo atingirá o apogeu do seu domínio (Dn 8.9- 11), e, aproveitando as elevações naturais da terra Santa, armará seu poderoso arsenal de guerra entre o mar Mediterrâneo e o monte de Sião. (Ver verso 45).
Seu alvo nesta região estratégica é estabelecer suas poderosas bases de lançamento e torres de comunicação (com p. 2 Cr 26.9,10,15; Is 14.13).
O exército mencionado em Ap 9.16 é imenso.
Nos dias de João, ele ultrapassava qualquer possibilidade de um exército aqui na terra, porém a visão tinha um caráter prospectivo e apontava para cerca de 2.000 anos depois, quando isso se está tornando possível.
Cremos que a China e seus satélites é o princípio da formação dessa grande potência chamada reis do Oriente ou reis do Leste pelo apóstolo João (Ap 16.12).
 Vivemos uma época da história em que não é mais absurdo pensar num exército de 200.000.000 de soldados.
 Recentemente um documento da China afirmou que, em caso de extrema necessidade, a China poderia contar com um exército popular de duzentos milhões de homens.
 De acordo com o presente texto e outros correlatos vistos em Daniel e Apocalipse, a Besta terá notícia de que um poderoso exército composto de 200.000.000 de cavaleiros, partindo do Oriente, já se encontra nas ribanceiras do Eufrates.
O número será tão elevado, que “o espantarão” (v. 44).
Nesse momento, o Anticristo se valerá de um poder sobrenatural, e, auxiliado pelo dragão e pelo falso profeta, enviará para o rio Eufrates “três espíritos imundos, semelhantes a rãs” (Ap 16.13).
Estes três mensageiros malignos, ao alcançarem o exército oriental, enganará seus dirigentes. (Comp. Dn 11.34; 2 Tm 4.1; Ap 16.14). Depois de enganados, seguirão o Anticristo, e, impelidos por uma força sobrenatural simultânea com a vinda (parousia) do Senhor, retirar-se-ão de Jerusalém para o Armagedom, e ali encontrarão o “seu fim” (v. 45). 22511.45:
“E armará as tendas do seu palácio entre o m ar Grande e o monte santo e glorioso; m as virá o seu fim, e não haverá quem o socorra”. "... as tendas do seu palácio...”
Cremos que o objetivo do Anticristo, ao armar sua tenda entre o mar Mediterrâ­neo e a cidade de Jerusalém, é alcançar o monte Moriá, ou seja a área do templo, para estabelecer nele um culto à sua própria pessoa e seu primeiro ato, após a conquista do lugar santo, é “se assentar como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (2 Ts 2.4).
“M as virá o seu fim”. Finalm ente chegará o “grande dia do Senhor” e a pedra cairá “nos pés” da estátua (nos dias do Anticristo). Então... o ferro, o barro, o cobre, a prata, e o ouro ,serão esmiuçados como a pragana das eiras, no estio. (Ver Dn 2.34, 35; 8.25; 9.27; 11.45; Mt 21.44; 2 Rs 2.8; Ap 19.20).
 Todos sabemos que este império de ferro tem atravessado séculos e até milênios, mas “chegará ao seu fim” como está predito na “Escritura da Verdade”. Cristo (a grande pedra) como sabemos, não cairá na cabe­ça (Império Babilónico) da estátua, nem em seu peito (Império M edo-persa), nem no ventre (Império Greco-macedônio), nem nas suas pernas (Império-Romano) compreendendo de 754 a.C. a 455 d.C.).
Todos sabemos que, quando Jesus veio a este mundo como meigo Salvador, não destruiu o Império Romano, pelo contrário, este poder de ferro o crucificou, e prosperou ainda por cinco séculos.
Mas, como já ficou demonstrado acima, chegará o dia em que a pedra cairá “nos pés” da estátua (no Armagedom), e tudo que diz respeito a esse sistema político mundial terminará no vale de Armagedom pelo triunfo de Cristo (Ap 19.11-21).De Severino Pedro Da Silva.adaptado por LUIZ SATURNINO SANTOS.

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